O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, março 31, 2009

A "MEDICINA FAZ MAL À SAÚDE"...

Por Sérgio Gwercman

"Os médicos estão entre as três maiores causas de morte atualmente" Um selo colado na testa advertindo sobre os perigos que podem causar à saúde."

Se dependesse do inglês Vernon Coleman, esse seria o uniforme ideal dos médicos. Dono de um diploma em medicina e um doutorado em ciências, Coleman abandonou a carreira após dez anos de trabalho para ganhar a vida escrevendo livros com títulos sugestivos do tipo Como Impedir o seu Médico de o Matar.

Autor de 95 livros, o inglês é um auto-intitulado defensor dos direitos dos pacientes. Em seus textos, publicados nos principais jornais do Reino Unido, costuma atacar a indústria farmacêutica - para ele, a grande financiadora da decadência - e, principalmente, os médicos que recusam tratamentos que excluam a utilização de remédios e cirurgias. Dono de opiniões polêmicas, Coleman ainda afirma que 90% das doenças poderiam ser curadas sem a ajuda de qualquer droga e que quanto mais a tecnologia se desenvolve, pior fica a qualidade dos diagnósticos.

1)Como um médico deve se comportar para oferecer o melhor tratamento possível a seu paciente?

Os médicos deveriam ver seus pacientes como membros da família. Infelizmente, isso não acontece.. Eles olham os pacientes e pensam o quão rápido podem se livrar deles, ou como fazer mais dinheiro com aquele caso. Prescrevem remédios desnecessários e fazem cirurgias dispensáveis.

Ao lado do câncer e dos problemas de coração, os médicos estão entre os três maiores causadores de mortes atualmente. Os pacientes deveriam aprender a ser céticos com essa profissão. E os governos, obrigá-los a usar um selo na testa dizendo "Atenção: este médico pode fazer mal para sua saúde".

2) Qual a instrução que pacientes recebem sobre os riscos dos tratamentos?

A maior parte das pessoas desconhece a existência de efeitos colaterais. E grande parte dos médicos não conhece os problemas que os remédios podem causar.

Desde os anos 70 eu venho defendendo a introdução de um sistema internacional de monitoramento de medicamentos, para que os médicos sejam informados quando seus companheiros de outros países detectarem problemas. Espantosamente, esse sistema não existe. Se você imagina que, quando uma droga é retirada do mercado em um país, outros tomam ações parecidas, está errado. Um remédio que foi proibido nos Estados Unidos e na França demorou mais de cinco anos para sair de circulação no Reino Unido. Somente quando os pacientes souberem do lado ruim dos remédios é que poderão tomar decisões racionais sobre utilizá-los ou não em seus tratamentos.


3) Você considera que os médicos são bem informados a respeito dos remédios que receitam a seus pacientes?

A maior parte das informações que eles recebem vem da companhia que vende o produto, que obviamente está interessada em promover virtudes e esconder defeitos. Como resultado dessa ignorância, quatro de cada dez pacientes que recebem uma receita sofrem efeitos colaterais sensíveis, severos ou até letais. Creio que uma das principais razões para a epidemia internacional de doenças induzidas por remédios é a ganância das grandes empresas farmacêuticas. Elas fazem fortunas fabricando e vendendo remédios, com margens de lucro que deixam a indústria bélica internacional parecendo caridade de igreja.

4) E o que os pacientes deveriam fazer? Enfrentar doenças sem tomar remédios?

É perfeitamente possível vencer problemas de saúde sem utilizar remédios. Cerca de 90% das doenças melhoram sem tratamento, apenas por meio do processo natural de autocura do corpo. Problemas no coração podem ser tratados (não apenas prevenidos) com uma combinação de dieta, exercícios e controle do estresse. São técnicas que precisam do acompanhamento de um médico. Mas não de remédios.
(...)
6) Que problemas os remédios causam?

Sonolência, enjôos, dores de cabeça, problemas de pele, indigestão, confusão, alucinações, tremores, desmaios, depressão, chiados no ouvido e disfunções sexuais como frigidez e impotência.

7) Em um artigo, você cita três greves de médicos (em Israel, em 1973, e na Colômbia e em Los Angeles , em 1976) e diz que elas causaram redução na taxa de mortalidade. Como a ausência de médicos pode diminuir o risco à vida?

Hospitais não são bons lugares para os pacientes. É preciso estar muito saudável para sobreviver a um deles. Se os médicos não matarem o doente com remédios e cirurgias desnecessárias, uma infecção o fará. Sempre que os médicos entram em greve as taxas de mortalidade caem. Isso diz tudo.

8) Muitas pessoas optam por terapias alternativas. Esse é um bom caminho?

Em diversas partes do mundo, cada vez mais gente procura práticas alternativas em vez de médicos ortodoxos. De certa maneira, isso quer dizer que a medicina alternativa está se tornando a nova ortodoxia. O problema é que, por causa da recusa das autoridades em cooperar com essas técnicas, muitas vezes é possível trabalhar como terapeuta complementar sem ter o treinamento adequado. Medicina alternativa não é necessariamente melhor ou pior que a medicina ortodoxa. O melhor remédio é aquele que funciona para o paciente.
(...)

A IMPORTÂNCIA DE SE SER VERDADEIRO CONSIGO MESMO


Sobre a auto-importância

Há uma capa que quer esconder os nossos defeitos dos outros e podemos chamá-la de vaidade.

É fácil fazer propaganda de nossas qualidades, mas é difícil reconhecermos publicamente e mesmo diante de nós mesmos os nossos defeitos.Tão difícil quanto isso é não julgar nem a nós mesmos nem aos outros, mas quanta felicidade há na mente que disso é capaz!

A humildade de reconhecer os próprios erros é indicação de elevada auto-estima.

A vaidade de esconder ou justificar os próprios erros é indicação de baixa auto-estima.

Observar a si mesmo exige uma profunda honestidade consigo mesmo.

As vezes pensamos que estamos escondendo os nossos erros dos outros mas na verdade estamos escondendo de nós mesmos, nos enganando e assim a nossa caminhada pessoal fica estancada e as coisas não fluem como deveriam.

Há na humildade de reconhecer-se tal como se é um brilho que irradia uma simpatia própria da essência. A verdade do ser é bela, despida de hipocrisia, como uma criança que não tem medo de mostrar-se.

A mente é muito ardilosa ainda mais quando alimentada por idéias espirituais, reveste-se então de um orgulho sutil que é muito difícil de vermos em nós mesmos, fazendo do enfrentamento de nossa própria sombra um jogo de esconde-esconde.

Muitas vezes em meditação alcançamos estágios de iluminação maravilhosos mas temos sempre que voltar e nos relacionar com os nossos semelhantes e aí percebemos que perdemos aquela experiência do divino com facilidade no humano do cotidiano.

E esses momentos onde vemos os nossos erros estampados em nós mesmos são tão ou mais valorosos que os momentos de beatitude espiritual, porque se trata de jogar luz sobre a sombra em nós e dela extrair uma nova percepção para nós mesmos.

(...)

segunda-feira, março 30, 2009

Há dias assim...

POST-SCRIPTUM:
*
Eu sei que por vezes pareço ou sou radical demais...e tomo posições extremadas, mas a mente precisa de um impacto para não nos iludir nem convencer que só um dos lados da vida é a verdade...

Tudo tem dois lados e o ser humano também. Contudo não suporto a idea de os muito bons de um lado e os muito maus do outro...

E a minha tendência pendular...puxar para o lado oposto quando me puxam para um dos extremos e tenho muita dificuldade com a mentira velada e o disfarce...com o convencimento de alguns e as certezas de outros.
Eu creio nas possibilidades infinitas do Conhecimento e do Comos, mas duvido das certezas categóricas dos peudo-iluminados...
Há sempre os que são verdadeiros e os que falseiam. É dos oportunistas que falo, dos que se aproveitam dos incautos e não das pessoas sérias que se dedicam de corpo e alma...Porque são os aproveitdores que fazem desacreditar dos verdadeiros...e a confusão é tal que tomamos "gato por lebre...

Continuo a crer que a verdade tal como a virtude está no meio e não em nenhum dos exremos!

E não gosto nada quando me dizem que tenho de olhar só para um lado...para o lado bom das coisas!

rlp

Há dias em que não me apetece escrever nada, nem abrir a página sequer...


“É que o problema da nossa incapacidade de amarmos verdadeira e plenamente, do nosso medo de aceitarmos o amor e tolerarmos a proximidade de outra pessoa (embora pensemos querê-la), está indivisivelmente associado ao problema da nossa dependência de falsos deuses e da de salvação.
(…)
Todos nós queremos amor. Mas, na realidade, muitos de nós lidam consigo e com os outros de uma forma desamorosa. Outros pelo contrário, rejeitam essa necessidade e, na medida em que esta se torna fatal para o indivíduo, tais pessoas colocam a todos nós em perigo. Não nos deixam em paz. Provocam desassossego para se libertarem do desespero da sua situação.”*


* Falsos Deuses - de Arno Gruen

sábado, março 28, 2009

A VIDA QUOTIDIANA

SOMOS MEROS ESPELHOS UNS DOS OUTROS...
Às vezes sinto-me esmagada pela mediocridade da vida quotidiana…pelo plano raso do grosso da humanidade, dominada pela intriga social e sexual, pelo drama daqueles que vivem na superfície do seu ser, sempre em conflito e luta mental, por afirmações categóricas ou dogmáticas, estritamente egóicas ou por interesses mesquinhos e materiais.
É de facto isso o que se passa à superfície do que se chama a “vida normal” das pessoas comuns…e eu necessariamente incluída. Porque apesar da diferença ou da consciência que possa ter de um outro nível de vida e a vontade de me manter acima (ou abaixo) dessa superfície, o facto é que sou atingida pela incompreensão dos demais, seja através do julgamento supérfluo e da calúnia, seja pela inveja ou rancor daqueles que não querem ver um pouco mais fundo em si mesmos, daqueles que não querem ver a sua própria dualidade e ir além dela. Aqueles que não querem ver a sua sombra e nos projectam o seu medo ou o ódio de si mesmos! Aqueles que não querem ver que somos espelhos uns dos outros e que o mal e o bem estão dentro de cada um de nós, sendo mais fácil, de acordo com os conceitos de normalidade, julgar sempre os outros como a fonte de todo o mal, nomeadamente a mulher (não esquecer que ela é a “fonte do mal” na Bíblia).
Somos todos espelhos uns dos outros. Uns baços e outros toscos, outros tão nítidos que duvidamos do que estamos a ver…E deste modo, quanto mais límpido for o espelho mais ele espelha a mediocridade e a raiva ou o ódio dos outros que nos apontam o dedo. Quanto mais um ser é generoso e ama desinteressadamente ou mais se caminha no sentido do amor incondicional mais "as massas" o atacam e ferem como o fizeram sempre aos santos e aos mártires e ao próprio Cristo…
E não é preciso ser-se santo nem mártir e menos ainda Cristo para se ser alvo da insídia, da inveja, do ódio…basta ser integro e sincero, basta ser-se sério e fiel a qualquer coisa que em nós é incorruptível…isso é suficiente para que o “próximo” não nos perdoe e nos odeie visceralmente ou nos olhe como se fossemos o maior inimigo da humanidade…
Sim foi assim que os homens crucificaram Cristo e continuam a sacrificar todos os que lhes espelham o caminho do meio…

rlp

POR TUDO ISTO AS VEZES DÁ MESMO VONTADE DE MUDAR DE PLANO.
MAIS OU MENOS PARA ESTE LUGAR:

a mediocridade de si...


Quando em êxtase vamos ao céu trazemos na volta uma luz em nós. E ao voltarmos essa luz brilha em nós para os outros e para nós mesmos. A luz excessiva do êxtase só nos permite sentir o júbilo infinito, mas a luz amena que trouxemos brilha nas trevas de nós mesmos. E aí percebemos em nós aquilo que antes do êxtase não conseguíamos perceber, ver.

Inveja

A iluminação na escuridão.
Inveja é o motor da ação.
Inveja é a mola propulsora do cidadão.
Inveja é a reação
que o outro nos provoca quando secretamente desejamos aquilo que ele tem ou é.
Admiramos negativamente o outro, vemos no outro uma qualidade ambicionada e nossos olhos brilham em escurão.
Inveja seca-pimenteira, inveja magia negra, inveja cegueira do bem que há em nós;
Inveja, não quer ver o bem em nós e ambiciona-o no outro por comparação.
Inveja, único defeito que não possui um círculo próprio no inferno de Dante, porque alinhava todos eles.
(...)

E horrorizados vemos aquilo que não consegue olhar com alegria pelo bem que o outro é.

E vemos que nos fizemos tal como somos pela própria inveja não admitida.

Porque admiti-la destrói o nosso ser no mundo, por isso está escondida de ti por trás da ira, da crítica , do sacrifício ou da falsa rebeldia, com seus rebentos disformes da reclamação e da fofoca e do despacho de língua ferina.


Inveja. Veja in, olhe dentro, expurgue-a pelo olhar compreensivo, na figa da auto-observação, pois cada qual possui um dom divino para benefício de todos.

Oh, auto-estima minada!
Ó mediocridade de si!
Ó maldita e mal-olhada, escondes em ti teu próprio bem.

Se isso compreenderes terás a chave de teu próprio sucesso.
Se isso compreenderes terás a chave de teu próprio sucesso.
Se isso compreenderes terás a chave de teu próprio sucesso.

Compreenderás a ilusão quando veres que a vítima e o algoz são um só.
Assim como o olho e o olhar.

F.A.

terça-feira, março 24, 2009

A EXPERÊNCIA DA DEUSA

A DIFERENÇA ENTRE A EXPERIÊNCIA E A CRENÇA

A mulher moderna afastou tanto de si a mulher ancestral, a mulher que sempre foi a inspiradora e a reveladora dos mistérios, os da vida de da morte, do nascimento e da cura… que acabou por se afastar da sua própria natureza e da sua ligação ao aspecto nuclear da vida em si; por isso ela não se revê na Deusa ou na mulher mística…ela desconfia da sua própria intuição, daquilo que está dentro de si, do seu coração, da sua emoção mais pura, do potencial e da força da Natureza Mãe.

Ela pode crer até na Nossa Senhora, mas a que está no Ceú e não dentro dela....

Poucas ou raras são as mulheres que olham para esse aspecto numinoso da Deusa e percebem que ela corresponde a uma parte inerente do seu ser mais profundo, e que é u facto natural; poucas compreendem portanto que a emoção da Deusa e a sua revelação possa ser uma experiência que nasce ou acorda de dentro da alma da mulher ou do ser feminino, homem ou mulher...que é essa força que agora nos pode fazer de novo vibrar em consonância com a Terra. Já não como um Mito ou uma Lenda nem uma história do passado...mas a vida em si a chamar-nos para olhar para dentro de si e para a Mãe Natureza e a Deusa que nela se manifesta e em cada mulher, em cada homem e criança...como o futuro a abrir-se, sem fronteiras, a nova aurora, onde o feminino e masculino se encontram no espaço sagrado entre a Terra e o Céu, tanto dentro como fora do indivíduo.
E com nos diz Eiane Pontiguara, falando desse poder genuino esquecido da mulher moderna, que a mulher indígena preservou porque se manteve em contacto com as forças do seu passado assim como manteve vivo o espírito de ligação à natureza...
"... a mulher é uma fonte de energias, é intuição, é a mulher selvagem não no sentido primitivo da palavra, mas selvagem como desprovida de vícios impostos pela sociedade, uma mulher sutil, uma mulher primeira, um espírito em harmonia, uma mulher intuitiva em evolução para sua sociedade e o bem-estar do planeta Terra.
Essa mulher não está condicionada psicológica e historicamente a transmitir o espírito de competição e dominação segundo os moldes da sociedade contemporânea. O poder dela é outro. Seu poder é o conhecimento passado através dos séculos, e que está reprimido pela história. A mulher intuitivamente protege os seios e o ventre contra seu dominador, e busca forças nos antepassados e nos espíritos da natureza para a sobrevivência da família. Assim é a Educação Indígena. Todos esses aspectos foram mais preservados na mulher do que no homem."

segunda-feira, março 23, 2009

"A MULHER MAIS DO QUE O HOMEM"


"A mulher, mais do que o homem, é capaz de prever o curso dos factos e de dar conselhos, no sentido de harmonizar a conduta humanar com o destino.

Essa é a razão da sua invulnerabilidade e da sua santidade sacerdotal, como pode ser provado entre os címbrios. É desnecessário repetir as palavras célebres de Tácito sobre o sanctum et providum das mulheres germânicas...
Essa postura foi mantida no norte até o cristianismo começar a perseguição às videntes, por considerá-las feiticeiras..."


IN "A GRANDE MÃE" de E.Neumann


"A palavra também é destino, pois ela anuncia aquilo que foi decidido pelos poderes; além disso, a maldição e a benção dependem dos rituais mágicos que estão sob o domínio das mulheres. Aquilo que mais tarde passamos a chamar de poesia teve origem na fórmula dos sortilégios e nos cânticos mágicos que emergem espontaneamente das profundezas do inconsciente de onde trazem à tona suas formas características; seu próprio ritmo, além do vigor e da sensualidade peculiares de sua imagem"
(...)
in "A Grande Mãe" - JEAN MARKALE
»»»»
Mas não esqueçamos que: "Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados."
- O CAIBALION

"TODOS NÓS SERES HUMANOS SOMOS PRISIONEIROS"

OS PLANOS DE CONSCIÊNCIA SÃO VÁRIOS

O ser humano comum, do ponto de vista intelectual, mental e psíquico, não enxerga nada do que se passa a um nível profundo e transcendente…PORQUE ele equaciona a sua vida a partir do campo objectivo que os seus sentidos abrangem e nada do que o transcende lhe é acessível. A espiritualidade aparece-lhes através do conceito abstracto que para ele é Deus sem contudo questionar os estereótipos que as religiões fundamentalistas lhe propõem na base do dogma e do tabu.
O que qualquer Mestre Vivo ou Caminho nos indica é uma saída para a mente limitada e para a razão e lógica sempre redutoras da realidade. É aí o que os processos iniciáticos e outros meios menos ortodoxos entram, desde a meditação aos mantras até à “feitiçaria” ou magia, e o que fazem é tentar que o discípulo por si mesmo abra a sua consciência (E O SEU CORAÇÃO) para níveis que não são evidentemente do plano da racionalidade nem dos objectivos dentro da nossa linearidade tempo e espaço…

ASSIM, SER FEITICEIRO/A…

“- Ser feiticeiro/a – contou Don Juan – não significa praticar bruxarias, trabalhar para afectar pessoas nem ser possuído por demónios. Ser feiticeiro significa atingir um nível de consciência que faz com que aconteçam coisas inconcebíveis. O termo feitiçaria não é adequado para exprimir o que os feiticeiros fazem, o mesmo acontecendo com o xamanismo”
(…)
- Os guerreiros viajantes não se queixam – prosseguiu Don Juan – aceitam tudo aquilo que o infinito lhes entrega como um desafio. Um desafio é um desafio. Não é pessoal. Não pode ser encarado como uma maldição nem como uma bênção. Um guerreiro viajante ou vence o desafio ou o desfio dá cabo dele. É mais empolgante vencer o desafio; portanto, vence!

Comentei que era fácil para ele ou para qualquer outra pessoa dizer aquilo, mas que fazê-lo era outra questão e que as minhas atribulações eram insolúveis porque tinham origem na incapacidade dos meus semelhantes de serem coerentes.

- Não são as pessoas à tua volta que têm culpa – disse. – Não podem ajudar-se a si próprias. O erro é teu, porque podes ajudar-te a ti mesmo, mas tens tendência para as julgar, a um nível profundo de silêncio. Qualquer idiota é capaz de julgar. Se os julgares, só obterás o pior deles. Todos nós, seres humanos, somos prisioneiros e é essa prisão que nos faz agir de forma tão detestável. O teu desafio é aceitar as pessoas como elas são! Deixa as pessoas em paz.
(…)

Disse que a espinha dorsal do guerreiro viajante é a humildade e a eficiência, agindo sem esperar nada e suportando tudo o que se lhe depara.”

Carlos Castanheda – O Lado activo do Infinito

domingo, março 22, 2009

SEM A MUSA NÃO HÁ POESIA...

vem, lira divina,
e me responde;
encontra, tu mesma,
tua própria voz
e
de [vossa casa] dourada,
vinde a mim, ó Musas
Safo


SÓ O RETORNO DA DEUSA E DO FEMININO SAGRADO

TRARÁ O RETORNO DA POESIA NA EXALTAÇÃO DA MUSA...

(…)
A prática da verdadeira poesia reclama um espírito miraculosamente desperto e capaz de, por iluminação, juntar as palavras, através de uma cadeia mais-que-coincidência, numa entidade viva, um poema que vai viver por si mesmo, talvez por séculos depois da morte do seu autor, cativando os seus leitores pela carga de magia que ele contem. Porque em poesia a fonte do poder criativo não é a inteligência científica mas a inspiração (mesmo que esta possa ser explicada pelos cientistas) não é através da Musa lunar, o termo mais antigo e o mais adequado para designar esta fonte de inspiração na Europa, à qual a devamos atribuir? Pela tradicional veneração da Deusa Branca ela torna-se uma com a sua representante humana, sacerdotisa, profetisa, ou rainha–mãe.

Nenhum poeta que exalte a Musa pode experimentar conscientemente a existência senão na sua experiência do feminino pois temos de considerar que é na mulher que reside a deusa seja em que grau for; exactamente como nenhum poeta apolínio pode exercer a sua função própria se ele não se submeter a uma monarquia ou a uma quase monarquia. Um poeta que exalte a musa abandona-se absolutamente ao amor e a mulher que ele ama na vida real é para ele a encarnação da Musa.
(…)
Mas o verdadeiro poeta, perpetuamente obsediado pela Musa, faz a distinção entre a Deusa na qual ele reconhece o poder supremo, a glória da sabedoria no amor de uma mulher, e a mulher indivíduo que a Deusa pode tornar seu instrumento por um mês, um ano, sete anos ou mesmo mais. O que é próprio da Deusa fica; e talvez o seu poeta tenha de novo a possibilidade de a reconhecer através da experiência que possa vir a ter de uma outra mulher "

ROBERT GRAVES - LES MYTES CELTES
LA DÉESSE BLANCHE
IN Ed. du Rocher

ONTEM ERA "O DIA" DA POESIA...



“Há só uma
janela fechada,
e todo o
mundo lá fora;

e um sonho do
que se poderia
ver se a janela
se abrisse,

que nunca é o
que se vê
quando se abre
a janela”



Alberto Caeiro

SENTIR A REALIDADE QUE NOS ENVOLVE

(...)
"Somos pontes.

A diferença da proposta de observar a realidade que o xamanismo faz permite entrar numa linha de existência singular, própria e nesta "unidade" podemos ir além das programações que herdamos enquanto membro de uma espécie cumprindo funções para o metabolismo do organismo cósmico onde estamos inseridos(as).

Observar o mundo como ele é em si.
Sentir a realidade que nos envolve pelo que ela passa de fato, estar atento no aqui e agora do momento onde estou.

O Xamanismo guerreiro restaura uma linha que permanece secreta há eras, trás a possibilidade de entendermos um pouco mais, mesmo racionalmente, outra forma de abordar o mundo, a ação impecável, astuciosa, paciente e gentil.
Esta combinação de estilos de agir faz com que realmente ocorra um "agir" e não um mero reagir, que às vezes até vem disfarçado de atividade, de conhecimento, de sistema , de caminho, mas não o é.

A ação brota da vontade, sem vontade não "há ação de fato", só reação, estaremos agindo por causas que foram deflagradas em outros tempos, estamos respondendo ao contexto social onde estamos inseridos representando um papel ao qual fomos acostumados desde que nos tornamos "maduros e auto-suficientes". Ser maduro e auto suficiente é uma forma de se colocar das pessoas que neste mundo conseguem "se manter".
É um desafio se manter nesse mundo, de fato, com equilíbrio, existem várias formas, na realidade toda pessoa que está na sociedade de alguma forma está se mantendo enquanto "indivíduo".
É interessante observar isso, todos têm nomes, profissões, aparências, enfim cada uma das pessoas do mundo de hoje, cada indivíduo onde quer que esteja, é uma possibilidade humana, cada ser humano que nasce hoje está exposto a uma descrição de mundo que, em linha gerais, se tornou impressionantemente comum por este estranho fenômeno que alguns chamam de "globalização".
Desde umas 10.500 voltas do Sol atrás que não acontece uma civilização global e integrada como esta que estamos.
Agora estamos de novo, sintonizados com vários tipos de estilos de vida que podemos adotar como resposta constante, como ação base mesmo.
(...)
O desafio nestes caminhos é trilhar com foco, evitar "naufragar" no tempestuoso mar que às vezes surge, tão pouco se deixar prender pelos mares paradisíacos. Para os (as) xamãs guerreiros (as) há a aventura da Eternidade, sem ficar preso em nada, mesmo os Deuses e Deusas ao fim do Mahavantara ou mesmo do Kalpa, se verão dissolvidos, frente a este fim, este dissolver em tantas possibilidades há uma liberdade diferente acenando da 3ª porta, sutil.

Há uma era de comércio e comerciantes e algumas classes outras que ainda gravitam em torno do dinheiro também, assim, acabamos restritos a um planeta onde indústrias de armas e destruição desenvolvem tecnologias para garantir o poder aos grupos que servem.

E por diversos meios há um domínio, mas agora questionado, sobre nossas vidas e os destinos do mundo.

O importante é reconhecer que estamos em outro tempo, outro espaço, a era de dominação acabou, o domínio de grupos não justifica mais, há uma realidade muito ampla vindo do Centro da Galáxia.

Dentro de mais ou menos 10 voltas ao redor Sol estaremos recebendo o pulsar do coração da galáxia, o momento no qual a força do centro da galáxia emite pulsos de sua presença, o mundo se vê perante o abismo e tem a coragem de saltar, livre, só, pleno.

Há mundos novos voltando e dizem que muitos dos que se foram na última pulsação voltam , trazendo novas amizades.

A Tribo do Arco Íris está em ação.

Chegou o tempo mágico."


NUVEM QUE PASSA

sábado, março 21, 2009

ABENÇOADA TERRA

OSTARA

O EQUINÓCIO DE PRIMAVERA

(21 de Março) H. Norte / (21 de Setembro) H. Sul

"Pela primeira vez no ano o dia e a noite se fazem iguais. É portanto, uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a Terra está pronta para ser plantada. É quando os Deus e Deusa se apaixonam, e deixam de ser mãe e filho. Nessa data, a semente da vida e é semeada no ventre da Deusa, A Donzela revigorada e cheia de alegria. O Deus é devidamente armado para sair em sua viagem no mundo das travas e reconquistá-lo, para que posteriormente a luz volte a reinar.

Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Os membros do Coven usam grinaldas, e o Altar deve ser enfeitados com flores da época. É um costume muito antigo colocar ovos pintados no Altar. Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. (...)

COMEMORANDO O EQUINÓCIO DE PRIMAVERA - OSTARA

Deve-se colocar flores no altar, ao redor do círculo e enfiadas no chão. O caldeirão pode ser cheio com água mineral e flores, e botões e brotos também podem adornar as vestes. uma pequena planta envasada deve ser colocada no altar. Prepare o altar, acenda as velas e o incenso, e abra o círculo, invoque a Deusa e o Deus. De pé diante do altar, observe a planta e diga:

"Ó Grande Deusa, Liberta da prisão gelada do inverno.
Agora é a hora do verdejar, quando a fragrância das flores se espalha com a brisa. Este é o início. A vida se renova por sua magia, Deusa da Terra. O deus se distende e se ergue, ansioso em sua juventude, e pleno com sua promessa do verão."

Toque a planta. Concentre-se a sua energia e através dela com toda natureza. Viaje por suas folhas e ramos em sua visualização do centro de sua consciência para fora de seu braço e dedos e penetrando dentro da própria planta. Explore sua natureza interior; sinta os milagroso processos da vida ativos em seu interior. Após algum tempo, ainda tocando a planta, diga:

Caminho pela terra em amizade, não como dominador. Deusa Mãe e Deus Pai, depositem em mim Através desta planta um amor por todas as coisas vivas;
Ensinem-me a reverenciar a Terra e todos os seus tesouros. Que eu jamais me esqueça. Medite acerca das mudanças de estações. Sinta o crescer das energias na Terra a seu redor. Trabalhos de magia, se necessários, podem seguir. Celebre um banquete simples. O círculo está desfeito. "

IN http://br.geocities.com/athena.gaia/ostara.html

A VOZ LÚCIDA DE UMA MULHER AFRICANA


POBRE ÁFRICA…
VIVE HÁ SÉCULOS DEBAIXO DA MENTIRA POLÍTICA

E DA MENTIRA RELIGIOSA...


"Até na Bíblia a mulher não presta. Os santos, nas suas pregações antigas, dizem que a mulher nada vale, a mulher é um animal nutridor de maldade, fonte de todas as discussões, querelas e injustiças.”

"Madre nossa que estais no céu, santificado seja o vosso nome.

Venha a nós o vosso reino - das mulheres, claro -, venha a nós a sua benevolência, não queremos mais violência. Sejam ouvidos os nossos apelos, assim na terra como no céu. A Paz nossa de cada dia nos daí hoje e perdoai as nossas ofensas - fofocas, má-língua, bisbilhotices, vaidade, inveja - assim como nós perdoamos a tirania, traição, imoralidades, bebedeiras, insultos, dos nossos maridos, amantes, namorados, companheiros e outras relações que nem sei nomear...
Não nos deixeis cair na tentação de imitar a loucura deles - beber, maltratar, roubar, expulsar, casar e divorciar, violar, escravizar, comprar, usar, abusar e nem nos deixeis morrer nas mãos desses tiranos - mas livrai-nos do mal,
Ámen. "
NIKETCHE - uma história de poligamia
Paulina Chiziane

POBRE ÁFRICA...

ÁFRICA: A DEMAGOGIA ALUCINATÓRIA DOS SEUS POLÍTICOS CORRUPTOS, ASSOCIADA AOS DOGMAS DA IGREJA CATÓLICA E O SEU ABSOLETO CONSERVADORISMO, PODE MORRER MAIS DEPRESSA AGORA…

“David faz recurso à magia do palco. Os políticos são actores. Os líderes de todas as coisas são actores. A vida é um enorme palco e cada homem um actor, um espectador.
Um bom discurso de palco é a solução de todas as coisas porque os operários têm fome de pão, mas também de palavras doces. Masca a raiz mágica que torna a voz limpa, audível e convincente:
Liberta a voz mágica, hipnotizante, emocionante. Fala. Promete melhorar as condições de trabalho. Aumento de salário. Segurança social, assistência médica e um sem-número de regalias.
(...)
Faz promessas. Cada palavra é uma gota de água sobre o fogo. Os operários, embriagados pela beleza do discurso, abanam as cabeças e aplaudem. Não há coração que resista ao discurso de mel.Palavras. Palavras mortas preenchendo vazios, preenchendo espaços. Palavras doces, elogios. Palavras frias, de hipocrisia. David diz palavras reconfortantes. Os profetas disseram apenas palavras ao longo das suas vidas e imortalizaram-se.”
(...)

“A ilusão de um amanhã melhor há muito murchou (...).

Por todo o lado impera a força das armas e a pirataria das armas. Evaporou-se a água que refresca os destinos da humanidade, tudo é fogo.
(...)
“Há cada dia menos escolas, menos emprego, menos chuva, mais sol, mais armas. Há mais mortos do que vivos, mas ainda não é chegado o fim do mundo, a vida triunfará para a glória do vencedor. O campeão desta guerra construirá o majestoso palácio imperial com ossadas humanas que andam às toneladas nas matas.”
(...)
In O SÉTIMO JURAMENTO
De Paulina Chiziane

sexta-feira, março 20, 2009

A MULHER NA VIDA DE UM HOMEM...

Presidenta
Março 16, 2009 by José Saramago

Este texto cerra meio ano de trabalho. Outros trabalhos e anos sucederão a estes se os fados assim quiserem. Hoje, por coincidência dia do seu aniversário, o meu tema é Pilar. Nada de surpreendente para quem quiser recordar o que sobre ela tenho dito e escrito em já quase um quarto de século que levamos juntos. Desta vez, porém, quero deixar constância, e supremamente o quero, do que ela significa para mim, não tanto por ser a mulher a quem amo (porque isso são contas do nosso rosário privado), mas porque graças à sua inteligência, à sua capacidade criativa, à sua sensibilidade, e também à sua tenacidade, a vida deste escritor pôde ter sido, mais do que a de um autor de razoável êxito, a de uma contínua ascensão humana. Faltava, mas isso não podia imaginá-lo eu, a idealização e a concretização de algo que ultrapassasse a esfera da actividade profissional ou que dela pudesse apresentar-se como seu prolongamento natural. Foi assim que nasceu a Fundação, obra em tudo e por tudo obra de Pilar e cujo futuro não é concebível, aos meus olhos, sem a sua presença, sem a sua acção, sem o seu génio particular. Deixo nas suas mãos o destino da obra que criou, o seu progresso, o seu desenvolvimento. Ninguém o mereceria mais, nem sequer de longe. A Fundação é um espelho em que nos contemplamos os dois, mas a mão que o sustém, a mão firme que o sustém, é a de Pilar. A ela me confio como a qualquer outra pessoa não seria capaz. Quase me apetece dizer: este é o meu testamento. Não nos assustemos, porém, não vou morrer, a Presidenta não mo permitiria. Já lhe devi a vida uma vez, agora é a vida da Fundação que ela deverá proteger e defender. Contra tudo e contra todos. Sem piedade, se necessário for.

*
-São as grandes mulheres que fazem os grandes homens...desde que nascem até que morrem. Sem uma grande mulher por detrás os homens são sempre pequenos...tão pequenos e monstros como Hitler, Franco, Salazar, Fidel, Lenine ou Fritz, o "pai" violador...todos os ditadores, todos os violadores nunca conheceram o amor da mulher nem da mãe...

Os meus anónimos parabéns a Saramago pela Mulher que lhe coube...e pela grandeza da sua entrega ao seu armor.

COM ALGUM ATRASO, MAS SEMPRE NA HORA...

Confira notícias sobre as lutas das mulheres na nova seção do blog

ABSOLUTA

http://absolutablog.blogspot.com/

Lembrando o Dia Internacional da Mulher, a ONU faz apelo pelo combate à discriminação e pede a rejeição à violência de gênero, que, em alguns países, afeta uma em cada três mulheres.

O secretário-geral da instituição, Ban Ki-moon, reiterou o compromisso do organismo com a meta de erradicar no mundo as agressões contra a mulher. A violência de gênero é um ataque contra todos nós, contra os alicerces de nossa civilização, afirmou Ban em discurso durante o ato na sede das Nações Unidas por ocasião do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
Ban ressaltou que as mulheres são "as que dão à luz e cuidam de nossos filhos e, em muitos lugares do mundo, são as que semeiam os cultivos que nos alimentam". As agressões sofridas pelas mulheres são uma "abominação" que entra em contradição com o significado da Carta das Nações Unidas, ressaltou.
Ele lembra que a ONU iniciou no ano passado a campanha global "Unidos para pôr fim à violência contra a mulher", que tem como meta erradicar este tipo de agressões até 2015, o mesmo ano que foi definido como marco para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
De acordo com estatísticas do organismo, uma em cada cinco mulheres foi violentada ou vítima de tentativa de estupro, enquanto em alguns países uma em cada três sofreu maus-tratos. Diante desta realidade, o secretário-geral da ONU insistiu em que os homens têm a obrigação de se mobilizar para erradicar essas práticas que perpetuam a pobreza e causam agravamento da saúde de toda a sociedade.
Leia mais em http://absolutablog.blogspot.com/2009/03/no-dia-da-mulher-onu-pede-fim-da.html

A Comissão Europeia (CE) assegurou que manterá seu compromisso político e financeiro em favor da luta pelos direitos das mulheres, e anunciou que não retrocederá seu empenho até que sejam respeitados e protegidos no mundo todo.

A declaração é da comissária europeia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, por causa do Dia Internacional da Mulher/2009 e que tem como lema "Mulheres e homens unidos para colocar fim à violência contra as mulheres e as meninas".
A comissária afirmou que a capacitação completa da mulher ainda soa como uma coisa muito distante para muitas mulheres de todo o mundo.
Por isso, Benita defendeu a manutenção de um nível constante de compromisso e de assegurar que as promessas de mobilizar as políticas e os instrumentos financeiros sejam respeitadas para reforçar as Resoluções 1325 e 1820 do Conselho de Segurança da ONU sobre a mulher, a paz e a segurança.
(...)
Representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) no México afirmaram que a crise econômica pode afetar, em especial, as mulheres na América Latina.

É possível que as mulheres percam antes seus empregos. Além disso, os casos de trabalho infantil podem aumentar, especialmente entre as meninas, disse o espanhol Magdy Martínez-Solimán, coordenador das Nações Unidas no México. As declarações foram feitas em uma coletiva de imprensa concedida por ocasião do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Martínez-Solimán disse que o combate à crise precisa ser feito com cuidado, para evitar injustiças com as mulheres. O representante das Nações Unidas também defende a criação de mais postos de trabalho femininos. É provável que as mulheres sejam mais afetadas pela onda de desemprego. E não podemos reduzir ainda mais as poucas vagas para elas, que já recebem salários inferiores aos homens, acrescentou. Já a diretora da Agência da ONU para a Mulher (Unifem) no México, Cuba, América Central e República Dominicana, Teresa Rodríguez Allendes, informou que há um seminário programado para o mês de maio. O evento vai analisar o impacto da crise sobre as mulheres da região.
Leia mais em http://absolutablog.blogspot.com/2009/03/mulheres-na-america-latina-podem-ser.html
(...)
COORDENAÇÃO E DESIGN: RICARDO MARTINS
*
APESAR DE EU NÃO ACREDITAR NAS INSTITUIÇÕES DO PATRIARCADO, MESMO AS MAIS HUMANITÁRIAS, NÃO DEIXO DE CONSIDERAR VÁLIDO O RECONHECIMENTO QUE TÊM DA CONDIÇÃO PRECÁRIA DA MULHER NO MUNDO...
RLP

quinta-feira, março 19, 2009

ALMA DA SACERDOTISA


GAIA DISSE:

"ATE que ponto a humanidade deseja continuar viver sem a deusa ou sempre delegando nela poderes menores, todos do passado? Até que ponto os pseudo mestres irão se negar a falar sobre a Deusa ? Até que ponto teremos medo dos nossos próprios pensamentos e da nossa emoção? Até que ponto eu pretendo ir em frente com essas perguntas? Até que ponto a mulher será deixada de lado nos sistemas religiosos e filosóficos, até onde eu poderei ir em frente com estas perguntas? E a ultima e não menos importante será que alguém algum dia se preocupará em respondê-las, fica aqui minha pergunta."
*

Gostaria de responder às suas perguntas, mas eu própria as poderia fazer...
Apenas lhe digo que continue com coragem o seu caminho, de dedicação e amor à Deusa!

E, mesmo que na nossa errância pelos caminhos às vezes pareça que estamos no corpo errado é a nossa alma quem é e ama na eternidade...é ela que tem sede! Não de um corpo apenas mas da outra alma que se esconde num corpo igual ou diferente...

Você percebe o que eu quero dizer...


A ALMA DA SACERDOTISA


"Duas colunas me sustentam e me resguardam.

Pois conheço os Mistérios da Noite e conheço os Mistérios do Dia.

Conheço mais que os Mistérios Sagrados: conheço seus mistérios ainda não revelados.

Conheço seus mistérios e o guio com sabedoria, mas mantenha-se à distância.

Meu corpo não te pertence, ainda que todo o meu conhecimento te seduza como um homem diante da mais bela e nua mulher.

Não é para lhe dar prazer que me encontro em seu caminho - mesmo que os Mistérios do Prazer façam parte dos meus conhecimentos.

Poderia ser sua mais excitante amante - nunca e jamais nada além de sua amante -, mas prefiro ser sua guia nesta importante e intensa viagem ao fundo do ser."


O SOPRO DA VIDA



A última “fala” de Kahlil Gibran em “O Profeta”:


“…Aquilo que verdadeiramente sois habita para lá das montanhas e vagueia com o vento.
Não é uma coisa que se arrasta pelo solo em busca de calor ou que, nas trevas, se enfia em cavernas em busca de segurança,
Mas uma coisa livre; uma alma que engloba a Terra e se move no ar.

Aquilo que entre vós parece o mais débil e o mais desconcertado é, na verdade, o mais forte e o mais determinado.
Não é o vosso sopro que forma e consolida a estrutura dos vossos ossos?
E não foi o sonho de que nenhum de vós se recorda de ter sonhado que edificou a vossa cidade e modelou tudo quanto nela se encontra?
Se tão-somente pudésseis ver as marés desse sopro, deixaríeis de ver tudo o resto;
E se pudésseis ouvir o murmúrio deste sonho, não escutaríeis nenhum outro som.
Mas não vedes nem ouvis, e é bom que assim seja.
O véu que obscurece os vossos olhos, pelas mãos que o teceram será arrancado.
E a argila que obstrui os vossos ouvidos, pelos dedos que a endureceram será despedaçada.
E é então que vereis.

E abençoareis as trevas como abençoaríeis a luz.

as mulheres e os gatos...

Antes as mulheres


08.03.2009, Miguel Esteves Cardoso





Ainda ontem

Só quando os homens chegam a uma certa idade é que podem dizer com certeza que as mulheres são melhores do que eles em tudo - mesmo na bola, a carregar pianos, a lutar com jacarés ou nas outras coisas em que ganhávamos quando éramos mais novos e brutos e fortes.Quando se é adolescente, desconfia-se que elas são melhores. Nos vintes, fica-se com a certeza. Nos trintas, aprende-se a disfarçar. Nos quarentas, ganha-se juízo e desiste-se. Nos cinquentas, começa-se a dar graças a Deus que seja assim. Os homens que discordam são os que não foram capazes de aprender com as mulheres (por exemplo, a serem homenzinhos), por medo ou vaidade ou estupidez. Geralmente as três coisas.Desde pequenino, habituei-me que havia sempre pelo menos uma mulher melhor do que eu. Começou logo com a minha linda e maravilhosa mãe, cuja superioridade - que condescendia, por amor, em esconder de vez em quando - tem vindo a revelar-se cada vez mais. As mulheres são melhores e estão fartas de sabê-lo. Mas, como os gatos, sabem que ganham em esconder a superioridade. Os desgraçados dos cães, tal como os homens, são tão inseguros e sedentos de aprovação que se deixam treinar. Resultado: fartam-se de trabalhar e de fazer figuras tristes, nas casas e nas caças e nos circos. Os gatos, sendo muito mais inteligentes, acrobatas e jeitosos, sabem muito bem que o exibicionismo vão leva à escravatura vil.
Isto não é conversa de engate. É até um tira-t - - - - s. Mas é a verdade. E é bonita
.
*
Não gosto especialmente deste autor nem nunca gostei, mas admito que ele tem uma postura correcta com as mulheres e os gatos...e isso é louvável...

quarta-feira, março 18, 2009

OS CONSELHOS DE DON JUAN

(...)
"Somos como pássaros atrofiados. Nascemos com todo o necessário para voar, porem, estamos permanentemente obrigados a dar voltas em torno de nosso ego. A corrente que nos aprisiona é a importância pessoal”.

"O caminho para converter um ser humano normal num guerreiro é muito árduo. Sempre intervém nossa sensação de estar no centro de tudo, de sermos necessários e termos a última palavra. Nós nos sentimos importantes. E quando a pessoa é importante, qualquer intento de mudança se converte em um processo lento, complicado e doloroso”.

"Esse sentimento nos segrega. Se não fosse por ele, todos nós fluiríamos no mar da consciência e saberíamos que nosso eu pessoal não existe para si mesmo: seu destino é alimentar a Águia”.
(...)
Um dos conselhos que nos deu Don Juan foi que durante nossa formação como guerreiros nos abstivéssemos de empregar o que ele chamava 'ferramentas para a perpetuação do eu.'

Incluía nessa categoria objetos tais como os espelhos, exibição de títulos acadêmicos e os álbuns de fotos com história pessoal. Os bruxos do seu grupo tomavam esse conselho literalmente, mas os aprendizes não se importavam. Porém, por alguma razão, eu interpretei seu comando de forma extrema desde então eu nem permito ser fotografado”.
(...)

"Ao observar as manhas da importância pessoal e o modo homogêneo com que contamina todo o mundo, os videntes dividiram aos seres humanos em três categorias, para as quais don Juan pôs os nomes mais ridículos que pôde achar: os mijos, os peidos e os vômitos. Todos nós nos ajustamos em um deles”.

"Os mijos se caracterizam por seu servilismo; eles são aduladores, pegajosos e enjoados. É o tipo de gente que sempre quer lhe fazer um favor; cuidam de você, o previnem, paparicam.Eles têm tanta compaixão na alma! Mas desse modo eles mascaram um fato real: eles não têm iniciativa própria e por si só nunca chegam a nada. Eles precisam de um comando alheio para sentir que estão fazendo algo. E, para sua desgraça, eles dão por certo que os outros são tão amáveis quanto eles; por isso sempre são feridos, decepcionados e chorosos.

"Os peidos, por outro lado, são o extremo oposto. Irritantes, mesquinhos e auto-suficientes, constantemente se impõem e interferem. Uma vez que agarram você, não o deixam em paz. Eles são as pessoas mais desagradáveis com quem você pode se encontrar. Se você está tranqüilo, chega o peido e o enrola em seus jogos, usando-o de toda forma possível. Eles têm um dom natural para serem os manda-chuvas e os líderes da humanidade. São os que chegam a matar para conservarem o poder.

"Entre essas categorias estão os vômitos. Neutros, nem se impõem nem se deixam guiar. São presunçosos, ostentosos e exibicionistas. Dão a impressão de que são grande coisa, mas não são nada. Tudo é alarde. São caricaturas de pessoas que pensam ser muito, mas, se você não lhes presta atenção, eles se desfazem em sua insignificância".
Alguém da platéia lhe perguntou se pertencer a uma dessas categorias é uma característica obrigatória, quer dizer, uma formação concreta em nossa luminosidade. Respondeu:"
Ninguém nasce assim, nós nos fazemos assim! Caímos em um ou outra dessas classificações por causa de algum incidente mínimo que nos marcou quando éramos crianças, como pode ser a pressão de nossos pais ou outros fatores imponderáveis. A partir daí, e conforme crescemos, vamos nos envolvendo de tal modo na defesa do eu, que chega um momento em que nós já não nos lembramos do dia em que deixamos de ser autênticos e começamos a atuar.
(...)
Encontros com o Nagual

terça-feira, março 17, 2009

A DEUSA DE TODOS OS NOMES E VIRTUDES

A GRANDE RAINHA DEUSA MÃE, DURGA, MATA KALI...
DEUSA DA ABUNDÂNCIA, DA JUSTIÇA E DA PAZ, DEUSA DA VERDADE E DA BONDADE SUPREMA...
*
A GLÓRIA DA DEUSA
"O culto de uma deusa mãe, como a fonte da vida e da fertilidade, muito tem raízes pré-históricas, mas a transformação da divindade em que um grande deusa dos cósmicas poderes, o que foi conseguido com a composição do Devi Mahatmya, que também era conhecido como a glória da deusa. Este foi um texto que foi escrito durante o quinto ou sexto século, quando os adoradores do princípio feminino teve um dramático sobre novas dimensões. A deusa não foi só a misteriosa fonte de vida, mas ela também era considerada muito o solo, que foi criando todas e todos que consomem. Kali ela faz estréia oficial no Mahatmya Devi, onde se diz ter emanadas da sobrancelha da deusa Durga, que foi o matador de demônios, durante uma das batalhas entre o divino eo anti forças divinas. Etimologicamente, o nome Durga, o que significa chegar mais além, é porque ela foi considerada como um eco da mulher guerreira feroz da autonomia virginal.
Neste contexto, Kali realmente foi considerada a forma enérgica da grande deusa Durga. Kali foi representada como uma mulher negra forte, que tinha quatro braços. Em uma de suas mãos ela tem uma espada, enquanto no outro ela tem a cabeça de um demónio que ela tenha morto, em seguida, com as outras duas mãos ela está incentivando seu servos. Ela também tem dois corpos como anéis da orelha e que ela usa um colar de caveiras criadas. Sua roupa é apenas um cinturão que é feita das mãos de homens mortos, e ela é vista com a língua de sua boca saliente. Seus olhos estão vermelhos, enquanto o seu rosto e seios são besmeared com sangue, como ela fica com um pé na coxa, e um outro sobre o peito do marido. Kali's feroz aparições têm sido objecto de ampla descrições em várias precoce e obras modernas. Embora ela feroz formulário é preenchido com temor inspirador símbolos, seu real significado não é o que aparece pela primeira vez, porque têm significado equívoco. Kali da negritude ela simboliza todos abraçando, natureza abrangente, porque é a cor preta em que todas as outras cores fundir, porque preto absorve e dissolve-los. Assim como todas as cores desaparecem no preto, de modo que todos os nomes e as formas de desaparecer dela. Black também é dito para representar a total ausência de cor, o que atesta a natureza de Kali como derradeiro realidade. Em sânscrito, este é nomeado como nirguna, o que está além de toda forma e qualidade. De qualquer maneira, Kali da cor preta simboliza a sua transcendência de todas as formas.
Ramakrishna Paramhansa disse: "É Kali, a minha Mãe Divina, de uma tez negra? Ela aparece porque ela é negros vistos de longe, mas intimamente conhecido quando ela já não está assim. O céu azul aparece à distância, mas olha para ele próximo, e você verá que ele não tem cor. A água do oceano parece azul à distância, mas quando você chegar perto e pegar na sua mão, você acha que ela é incolor. "
*

UMA RAÍNHA...


Prémio merecido para uma mulher excepcional...

"A rainha Rania da Jordânia recebeu ontem em Lisboa o prémio do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa pelo trabalho desenvolvido na defesa dos direitos das crianças e das mulheres na região do Médio Oriente e em todo o mundo. O seu exemplo é visto como um modelo de liberdade para as mulheres árabes e muçulmanas. Vestida pelos melhores estilistas, esta bela mulher de 38 anos não cobre o rosto e é fã do YouTube, que aproveita para divulgar as suas mensagens. "
DN

Dispensava o "vestida pelos melhores estilistas", assim como o da Rainha da Jordânea ser de facto uma mulher muito bela...o que eu pensei foi em quantas mulheres belíssimas e tão fantásticas como ela não vivem amordaçadas e cobertas da cabeça aos pés...ignoradas e maltratas, mas é verdade que esta Mulher que é Rainha em vez de ficar no seu Palácio, sentada no seu trono, trabalha em prol das outras mulheres e crianças...
Merece por isso destaque e admiração. Que bom seria se muitas mulheres com poder neste mundo lutassem pelas mulheres que sofrem e são exploradas no mundo inteiro. Porque não são só as mulheres da Palestina e de Gaza ou do Médio Oriente que sofrem a guerra e abuso dos homens...
Que extraordinário seria se as mulheres de sucesso no Ocidente se lembrassem das mulheres de África e do Oriente que sofrem horrores na pele...em vez de fazerem cirurgias plásticas ao nariz e à cara...
rlp

segunda-feira, março 16, 2009

SER OU NÃO SER MULHER...


“…o Eu existe apenas num estado de potencialidade latente – ao longo da maior parte da nossa vida, ele permanece adormecido dentro de nós e tem de ser devidamente despertado a fim de se tornar o factor orientador das nossas vidas. Este despertar do Eu é como um nascimento – em termos míticos, o nascimento da criança divina.”
(…)

In A RODA DA LUA de Marguerite Elsbeth & Kenneth Johnson



Antes da criança divina nascer eu defendo que tem de dentro da Mulher renascer ela mesma
…a mulher tem se reencontrar com a mulher ancestral e fazer as pazes com uma parte de si vital, com as mães e as filhas, com as anciãs, e deixar de considerar a mulher como a eterna rival a esgatanhar…Esta é uma questão de fundo que poucas mulheres e menos ainda os homens querem considerar como relevante…

É verdade que na maior parte das mulheres e dos homens o Eu verdadeiro, o Eu de profundidade, está adormecido ou alienado e é substituído vulgarmente pelo Ego…que serve a persona (máscara) em vez da pessoa, aliás a pessoa é quase sempre a persona, por isso devia dizer o ser essencial ou a alma…É com essa persona, esse eu aparente, que normalmente os seres humanos negoceiam a sua vida do dia-a-dia e fazem as suas permutas durante uma vida a esse nível superficial…Passa-se isso com o ser humano em geral, mas as mulheres nesta sociedade estão particularmente sujeitas e amarradas a essa máscara ao pintar os vários rostos que lhes são atribuídos pela montra das crenças e das modas e agora do cinema e cultura patriarcal, conforme a sua “evolução” e as épocas. Mas se a mulher avançar para um questionamento sério sobre si própria ou se questiona em busca desse eu mais profundo, se se permite entrar em processos de aprofundamento do seu ser, na procura a sua verdadeira identidade, a mulher à partida esquece ou não sabe sequer que uma parte de si foi banida da história e parte para a aventura psicológica ou espiritual perfeitamente mutilada de uma parte importantíssima de si… que é a sua sombra, a mulher sensual tomada como fatal… transformada na megera, perigosa para os homens e a sociedade…ou parte como a muito casta e obediente donzela dos mitos, à espera de ser desperta pelo príncipe! …

Creio que é tempo de termos em conta que a mulher em particular se encontra separada do seu eu verdadeiro, mais do que o homem, por ter sido cindida em duas (a santa e a puta) pela religião católica e consequentemente em todo o mundo ocidental, e por isso mesmo afastada do seu ser de profundidade, enquanto essa divisão específica não se dá no homem. Nunca tivemos o homem dividido entre o santo e o homem puta…só tivemos os cobardes ou os santos e heróis! Sendo assim, a mulher, dividida em duas, em permanente luta consigo própria, sem qualquer consciência da sua cisão interna, na afirmação de um dos lados do seu ser (e eu não digo que a mulher tenha de ser puta e santa, mas integrar a essência dessa divisão que se faz entre a mulher sensual e a mulher frígida) não pode representar uma totalidade e acaba por ser uma imagem vazia de essência e desse modo também não reflecte ao homem a sua anima, o seu potencial inato que está ligado à natureza Mãe, à Terra e por isso não lhe espelha o seu Feminino Sagrado. O lado pagão da mulher, da mulher livre e sensual que foi censurada e reprimida pela igreja de Roma ao longo dos tempos.

Essa situação da mulher, em termos psicológicos, sexuais e afectivos, impede a mulher de se conhecer a fundo e cria uma maior dificuldade para a realização dos seus opostos complementares o que tem também reflexos ao nível do relacionamento amoroso, num amor recíproco. É por esta razão que a mulher é considerada estranha, neurótica ou histérica. Por esta mesma razão, na realização espiritual, não se trata simplesmente de a mulher e o homem se encontrarem com o seu outro lado, porque enquanto a mulher estiver separada de uma parte substancial de si mesma, ela não pode encontrar a sua sombra relegada para o inconsciente, a que não tem acesso dentro da sociedade patriarcal que a afastou da Deusa Mãe, da Rainha da Noite, a Mãe da Discórdia e por isso não lida com a verdadeira mulher.
O problema da mulher e do homem na nossa sociedade não se resolve se cada um encontrar um caminho espiritual mesmo que este inclua e eleve a mulher, se esta por si mesma não se encontrar primeiro com essa parte de si sonegada e a integrar antes de partir para a sua caminhada espiritual. Ela estará sempre longe da sua essência, porque a sua cisão é mais ao nível da sua essência e não da sua persona, como no homem…
A mulher não é superior ao homem nem o homem à mulher, como se fez crer ao longo dos séculos, mas em quase todas as tradições, que não as patriarcais, é a mulher a iniciadora do homem, tanto como mãe que o dá à Luz, como amante que lhe revela a Deusa, o princípio feminino e é essa amante iniciadora do homem que falta nos processos iniciáticos modernos, para além do Tantra que depende da mulher…
Essa divisão interior da mulher, que não acontece no homem, ao não ser considerada à partida, priva-a da consciência da mulher como matriz, faz com que se perca em teorias e práticas sem dimensão cósmica ou telúrica (se ela não for essa mediadora) e assim se repete o erro do catolicismo…a mulher submissa ao homem e dependente, entregue ao seu herói…ao seu astrólogo, guru ou médico…
O homem quer chegar ao Céu e à realização espiritual (como os santos e os padres abominavam mulher!) sem a totalidade da mulher e sem a iniciação sexual …ou com uma mulher diminuída a metade, feita à sua imagem...uma mulher mais homem do que mulher!

Por isso não há hoje mUlheres verdadeiras... nem homens...
Rosa Leonor Pedro

UM AMIGO DE HIPÁCIA, MEU AMIGO É...

Amigo de Hipacia deixou um novo comentário na sua mensagem "QUEM É A "BESTA DO APOCALIPSE"?":


"A palavra mal dita é maldita. Não acho necessário dizer porque é importante que haja coerência entre o que dizemos e como dizemos.

Felizmente alguns termos já estão sendo abolidos do nosso sistema de comunicação pessoal. O verbo denegrir, que desqualifica em comparação à raça negra.

Direitos do homem, por direitos da humanidade ou humanos. Mas vai levar muito tempo para trocarmos totalmente o Homem pela Humanidade na nossa cultura. Se bem que em alguns termos é melhor que fique só com os homens mesmo. Por ex: O Homem até hoje não atingiu sua capacidade máxima de... neste caso não cabe dizer: A Humanidade. Também quanto ao gênero feminino existem mudanças a serem feitas. Li num depoimento nesse blog a expressão : a senhora dona Igreja, a dona da verdade, e então percebi que aqui também temos que aprender. Por que dona? Por que senhora? Por que expressão no gênero feminino para qualificar instituições masculinas até o ultimo fio de cabelo. Nada de feminino deve ser relacionado a essas instituições, que transformaram Cirilo ( o assassino de Hipácia) num santo. Onde as únicas mulheres que existem são as Santas, que já morreram e então não oferecem risco, e foram em vida absurdamente submissas. Como posso glorificar uma Santa, se ela foi feita santa, não por suas atitudes, mas pela igreja. Por suas atitudes talvez eu possa glorifica-las como Deusas. Mas se esse troço chamado Igreja, (pra não usar o feminino), viu em suas ações coisas interessantes o suficientes para canoniza-las, merece de mim toda a suspeita possível. Aprendi hoje a não chamar coisas como a igreja católica de dona, de senhora, como fiz muitas vezes no passado. "
*
Sim, um amigo de Hipacia é meu amigo, e sem dúvida que corroboro o que diz...

sábado, março 14, 2009

A ALMA DOS POETAS MORTOS...


"Esta imagem do Centauro, de Gustave Moreau, representa a figura feminina que será “a alma” mas também “o poeta/poetisa morto/a”, condição para poder ser ressuscitado/a.

A jovem mulher tem a força e a delicadeza, uma atitude de cura, e representa Quíron, cujo processo começa quando as palavras falham." E.S.

Reportando-me a esta imagem que uma amiga me enviou e que gosta de astrologia, eu direi mais qualquer coisa sobre o que esta imagem me sugere...

A beleza e a poesia que a mulher como musa evocava para o homem, para a sua existência, a mulher autêntica, a mulher que inspirava e animava o homem pela sua essência ele matou-a dentro dele e fora dele...aliás a história dos seus heróis e mitos diz isso mesmo.
*
A sociedade patriarcal exibe como troféu uma mlher morta e sem alma...
rlp
*
"As Cárites, as ninfas, as sereias, as musas, as três graças, as moiras e outras inúmeras figuras, são as forças melodiosas, dançantes e proféticas dessa mulher inspiradora e inspirada na qual o masculino, muito mais distante das origens, busca sabedoria quando impelido pela necessidade. E vezes e vezes seguidas, encontramos essa mulher mântica ligada aos símbolos do caldeirão e da caverna, da noite e da lua. Com efeito, o caldeirão não é o só vaso da vida e da morte, da renovação e do renascimento, mas também da magia e da inspiração. O caráter de transformação que lhe é inerente passa pela decomposição e pela morte, para chegar à intensificação extática e ao nascimento do espírito eloquente, o qual conduz sob inspiração extática à palavra, ao cântico e à profecia, como sintomas do renascimento."
(...)
ERICH NEWMAN in "A GRANDE MÃE"

UM AMIGO DE HIPÁCIA, UM AMIGO DAS MULHERES

"É esse maldito medo que nos ensinaram e nos impuseram para que titubeemos diante de nossos pensamentos e desejos. E nós, sempre dominados, mulheres e homens.

É esse medo que temos que perder. Sem medo de ter medo. Mas sem medo de não ter medo. Quanta coragem é preciso ter para queimar livros escritos a cinco mil anos por tribos machistas, machistas e machistas, que através de uma cultura ridícula tenta nos impor costumes ridículos, e consegue, que já eram ridículos a cinco, quatro ou três mil anos, quando escreveram o velho livro, ou a 1700, quando escreveram o novo, homens idênticos, com os mesmos interesses?
Na verdade ficamos buscando coisas escondidas, mensagens subliminares, conspirações, por que temos medo de aceitar que esses livros representam histórias machistas, escritas por uma cultura machista, que arrancou à conchas a carne de Hipácia ainda viva. Não há nada de subliminar na mulher do novo livro, ou do velho. Buscar alguma subjetividade nisso é perda total de energia. Esses textos são falácias, podem ser fatos reais, mas que credibilidade pode se dar aos hebreus de 2000.A.C. em se tratando do feminino, alguém acha que o que se escreveu passa perto do que aconteceu? Não se pode tentar imaginar porque a fonte é caluniosa, buscar conjecturas é um jogo de azar. Não só por isso digo que não devemos ter medo de negar a tudo isso e aceitar mulheres de verdade, Deusas ou históricas, e agora que busquemos a história real, não as dos opressores imperialistas, brancos, homens e ricos. E se quisermos então encarar esses livros como textos filosóficos, ou de valor moral, que devemos seguir seu ensinamentos, aí então é que devemos jogá-los na fogueira de uma vez.

Sobre o caso da menina violentada, me desculpe rosa, mas as próximas linhas contêm um ódio demasiado e aqui vai meu desabafo:
Alguns padres (preciso me segurar para não dizer: a igreja), ficaram horrorizados por uma questão simples. Não aceitam a pedofilia como crime.
No Brasil, são realizados todos os anos vários abortos legais quando a gestação é gestação e proveniente de estupro. Alguém se lembra de algum padre ou deputado se manifestar tão raivosamente por isso? Por que tanto estardalhaço com uma menina de nove anos? Simples: Não se pode condenar o que acontece em centenas de sacristias pelo mundo. A Igreja, com letra maiúscula , porque nesse caso temos o aval do Papa, não reconhece a pedofilia como crime.
Isso é só o resultado de milhares de anos de cultura. Vamos perder o medo a agradecer a excomunhão. "

*
Obrigada meu amigo pelo seu comentario. Eu publico-o, espero que não se importe, porque pensei a mesma coisa: só temos de agradecer a excomunhão de tal igreja...e é nestes casos que eles se deunciam...é exatamente como você diz: eles nao querem ser denunciados... a igreja sempre foi conivente com os crimes contra as crianças, a mulher e não só...

rlp

sexta-feira, março 13, 2009

É DE NOVO O TEMPO DAS FEITICEIRAS - AS XAMAS

O/A NAGUAL

"Somente o Nagual - disse – tem a capacidade energética de ser responsável pelo destino dos seus consortes. Cada um deles sabe-o e aceita-o. O nagual tanto pode ser homem como mulher. No tempo dos feiticeiros que foram os fundadores da minha linhagem, as mulheres eram, por regra, o nagual. O seu pragmatismo, produto da sua feminilidade, levou a minha linhagem a cúmulo de coisas práticas das quais não conseguiam emergir. Foi então que os homens passaram a dominar e levaram a minha linhagem a cúmulos da imbecilidade de que estamos agora a emergir.

Desde o tempo do nagual Lujan, que viveu há cerca de duzentos anos – prosseguiu -, tem havido uma conjugação de esforços, partilhados por um homem e uma mulher. O nagual homem traz sobriedade; o nagual mulher traz inovação.
(…)

- Ser um feiticeiro – contou Don Juan – não significa praticar bruxarias, trabalhar para afectar as pessoas nem ser possuído por demónios. Ser feiticeiro significa atingir um nível de consciência que faz com que aconteçam coisas inconcebíveis. O termo “feitiçaria” não é adequado para exprimir o que os feiticeiros fazem, o mesmo acontecendo com o termo “xamanismo”. Os actos dos feiticeiros são exclusivamente do domínio do abstracto, do impessoal. Os feiticeiros lutam por atingir um objectivo que nada tem a ver com as preocupações do homem comum. As aspirações dos feiticeiros são atingir o infinito, e ter consciência desse facto.
(…)
Olhando-me directamente nos olhos, contou que o que tornava os seres humanos em feiticeiros era a sua capacidade de ter a percepção da energia directamente à medida que flui do Universo e que, quando os feiticeiros percebem um ser humano deste modo, vêem um halo luminoso, uma bola de luz ou uma figura luminosa em forma de ovo.” (…)

in O LADO ACTIVO DO INFINITO de Carlos Castanheda

NOTA À MARGEM:

Sempre que lia alguns dos livros de C. Castanheda, sentia que o termo mais adequado para falar do iniciado/a à magia para português seria xamã e não feiticeiro…dada a conotação pejorativa que o termo tem no Ocidente. Mas como diz Don Juan ambos os termos não se aplicam aos seus ensinamentos muito mais vastos e cósmicos do que a palavra feiticeiro/a ou xama evoca. Talvez por isso eu e muita gente tínhamos dificuldade em ler os seus livros, mas a verdade é que com o passar das décadas, a maturidade é necessaria, no meu caso, este livro, que li há cerca de dez anos e voltei a ler agora, deu-me uma compreensão muito maior…tanta coisa que há dez anos eu não percebia e agora, já velha, e “sem amigos”…entendo por experiência própria!

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Curiosamente e por coincidência a que podia chamar perfeita sncronicidade acabo de ler, já depois de ter publicado este poste, o seguinte texto (excerto) que vos apresento a seguir e convido a ler na íntegra:

"A medida que navego na vastidão do universo do xamanismo, da magia, da bruxaria, do Taoismo, mais admiro e aprecio a obra do novo nagual Carlos Castañeda, que também foi Joe Cortez, Isidoro Baltazar e Charles Spider entre outros. Não me importa muito se as "histórias" aconteceram do jeito que ele narra em seus livros, aliás ele mesmo alerta que o que importa são os cernes "abstratos" das histórias, não sua forma externa. Na mesmice da literatura esotérica e mágica ocidental a obra de Castañeda surge como algo realmente novo, instigante, desafiante. Me impressiona a elegância e a estrutura interna de sua obra, dos conceitos apresentados e como ele é capaz de ir direto aos pontos importantes deixando de lado a fantasia e os "enchimentos".

Hoje temos um xamanismo fast food, de cursos de fim de semana, de iniciações onde se pagam fortunas, um sincretismo de crenças, cheios de achismos e palpitismos. Há uma enorme confusão onde vivências psicológicas são tidas como vivências xamânicas, assim tudo é visto como simbólico, como "união ao self" e outras interpretações alienígenas à estrutura real do xamanismo, que tem sua própria estrutura paradigmática e repudia essas interpretações."

LER EM: http://www.pistasdocaminho.blogspot.com/

UMA MULHER LÚCIDA...

FEMININO PLURAL
Maria José Nogueira Pinto
Jurista in DN

No singular nos fazemos, afrontamos, cedemos, conquistamos e transformamos. No plural nos descrevem e nos tipificam, atribuindo-nos sentimentos, anseios e capitis diminutio como se, no vastíssimo conjunto dos biliões de seres humanos que somos, nós mulheres representássemos afinal um microcosmos homogéneo e minoritário.

Da luta feminista da década de 60, cujos méritos ninguém nega, não foi possível até hoje dar esse salto qualitativo que a simples marcha do mundo exigia.

Nenhuma nova geração veio verdadeiramente renovar o sentido do caminho e do discurso. Hoje, a questão parece ser apenas de carácter científico, sociológico, político. Por isso o meu feminismo ancorou entre a força da memória ancestral e singular da mulher, e o sentido que deve ser dado às diferenças úteis e desejadas. Entre um olhar atento sobre as "Mères-courage", em que modestamente me incluo, mulheres esticadas entre as duas margens de novas épocas, e a inquietação que me vem da certeza de que ainda hoje, abaixo de certos níveis, uma mulher é mais vulnerável do que um homem, na pobreza, na doença, na humilhação. E que esse combate contra o subdesenvolvimento está por fazer e parece suscitar bem menos interesse do que questões como a paridade e as quotas.
É certo que quando Deus chamou por Abraão, Sara ficou dentro da tenda. Mas os desígnios de tal conversa, de que Sara não foi interlocutora, nunca teriam podido prescindir dela.
O que torna a mulher incontornável é ter sido, desde sempre, a provedora. A história da mulher é uma história de responsabilidade. Como a da Fada Oriana, a quem é dada a jurisdição da floresta com o fim de prover às necessidades dos seus habitantes e a proibição expressa de qualquer distracção narcisista.
Hoje, a muitas mulheres são dadas duplas e triplas jurisdições. Neste percurso tantas vezes atribulado e cuja contabilidade toca os contornos da injustiça, estas mulheres vão, como todas as que as antecederam, viver e sobreviver, compartimentando a vida em escaninhos e horários estanques, para acções e emoções, cargas e afectos. Sem abdicar de qualquer das jurisdições, que recusarão como alternativas e abraçarão como complementares, numa história de responsabilidade sempre renovada. É a tal divisão da alma e do tempo, sem limites, indefinidamente.

Mas as últimas décadas de feminismo, marcados pelo desiderato da igualdade pura entre géneros, ocultaram a diferença essencial e o essencial da diferença.
O resultado foi paradoxal, inquietante...
Quem se lembra, hoje, das operárias norte-americanas que se manifestaram num longínquo 8 de Março, na tentativa de ver reduzidos os seus desumanos horários de trabalho? Que espaço ocupam no discurso oficial do feminismo, que Margueritte Duras veio desconstruir, muitos anos depois dos seus cahiers d'or, numa magistral entrevista ao El País quando foi galardoada com o prémio Príncipe das Astúrias? Tantos anos volvidos, o nosso afã e a nossa urgência mantêm a fidelidade às mulheres a quem é preciso ajudar a estabelecer o sentido das diferenças, um efectivo poder reivindicativo que as liberte de falsas alternativas e de mandatos abusivos de terceiros, que lhes querem definir o destino e lhes limitam as escolhas.

Tudo o resto, estou certa, as próximas gerações resolverão. Tendo como pano de fundo as palavras femininas de Nélida Piñon: "E enquanto os séculos a envelheciam, a mulher zelava por reproduzir os ditames da sua visão particular da realidade."Assim fizemos e assim faremos.