O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, julho 31, 2015

COMO AS MENINAS AGORA SÃO FORÇADAS A TER VIDA SEXUAL...


É preciso ter coragem de estar sozinha...


É preciso ter coragem de estar sozinha também. E sobre isso ninguém nos ensinou. Ninguém vai nos ensinar. Há uma normatividade rígida se impondo sobre a afetividade feminina, mas dessa vez não fala de castração. Simula liberação. Para que ela se efetive, é preciso produzir em massa uma ansiedade quanto ao sexo, um desespero por parceiros, uma incompletude que nos rouba de nosso protagonismo e nos aprisiona – sendo esse o mesmo mecanismo da sensação de insuficiência física produzida pela ditadura estética e da sensação de insuficiência emocional produzida pela cultura romântica. A quem a insuficiência sexual está servindo? A quem o patriarcado serve. Falar disso, embora seja claramente um questionamento sobre até que ponto nossos corpos e sentimentos são realmente e apenas nossos, fatalmente soará como moralismo. É assim que querem que vejamos.

Antes de tudo, devemos admitir que as meninas fazem sexo cada vez mais cedo e que isso reflete um problema grave de gênero, uma vez que não fazem por mero instinto, mas porque há toda uma cultura que prega a obrigatoriedade da vida sexual. Independentemente de a infância ser uma construção histórica, a sua abreviação contemporânea é um interesse mercadológico. Elas fazem sexo para não se sentir socialmente inadequadas. A quantidade de vídeos de revenge porn de adolescentes tomando as redes sociais, a quantidade de letras de música falando de “novinhas” e o investimento pesado da indústria e da mídia na erotização infantil demonstram que há toda uma legislação subjetiva determinando a hipersexualização da mulher desde muito cedo.
Tudo à nossa volta constrange, impele, coage para o sexo. Mostrar-se sexualmente ativa, intensa e frequente é garantia de privilégios. Ora, o patriarcado é sobre sermos coadjuvantes: dos processos políticos e de nossas vidas. À frente, sempre a figura masculina, determinando o nosso manuseio correto. Logo, não só os homens gozam de um conjunto de privilégios, é preciso também “conceder” aparentes benefícios às mulheres, incentivando a competição entre elas, para que elas acreditem que há alguma forma de premiação dentro desse sistema. E as mulheres são “premiadas” segundo diferentes critérios: submissão aos padrões de beleza, ajuste à moral e aos costumes (mulheres relacionáveis), disposição sexual e capacidade de proporcionar prazer ao homem (mulheres consumíveis)…
Na contemporaneidade líquida, os falsos privilégios femininos estão ligados especialmente ao consumo sexual, de modo que as mulheres precisam comprovar que são livres, donas de seus corpos e bem-resolvidas, mantendo uma aura de autonomia. Essa autonomia sexual precisa ser aparente, não pode representar, em hipótese alguma, uma ruptura com o patriarcado, ela é uma ficção de uso, uma licença. A apropriação da homoafetividade feminina como fetiche é um exemplo de como a liberdade sexual feminina é encarada como uma concessão. Essa autonomia também vende o produto feminino com uma garantia de blindagem emocional: a mulher bem resolvida dá menos trabalho, não precisa de tantos cuidados no trato, não se melindra com qualquer gestozinho agressivo, não demanda tanto desgaste na sua administração.
É interessante para o patriarcado que a nossa sexualidade seja estimulante, garantindo o entretenimento em longo prazo ou o descarte imediato, como todo bem de consumo. Quase nos esquecemos de que existimos para nós, quase nos condenamos a bobas da corte. Agora somos máquinas de prazer. Democratizamos e afirmamos, assim, o sexo como mercado: somos todas profissionais de alguma maneira, eis o sonho machista realizado. O que não representa, de modo algum, a problematização da pornografia ou a libertação da mulher em situação de prostituição, ela permanece segregada e violável.
Resta claro como o patriarcado subverte os nossos processos e rouba a cena que jurávamos protagonizar. Quantas outras causas pensamos alavancar e correm esse mesmo risco? Ou já foram sequestradas e ainda não percebemos? Diante de um sistema que corrompe e usurpa até mesmo a idéia de empoderamento por meio de uma sexualidade mais livre em prol do prazer masculino, o que parece definitivamente libertário? Respondo: o triunfo sobre essa ansiedade por parceiros e pela consagração sexual dentro do jogo de falsos privilégios dados à mulher. É no estado de solitude que essa solidão devastadora e insaciável perde a força. É quando tomamos coragem de romper com a obrigatoriedade de um parceiro, com esse desespero por companhia e afirmação sexual que finalmente podemos empregar a nossa energia em atividades diversas, que nos permitam tomar o mundo, que nos apresentem uma perspectiva de igualdade de gênero a respirar fora da guerra dos sexos. Ou o contrário: é quando empregamos a nossa energia em atividades que nos façam tomar o mundo, que nos apresentem uma perspectiva de igualdade de gênero respirando fora da guerra dos sexos, que tomamos coragem de romper com a obrigatoriedade de um parceiro, com esse desespero por companhia.
De qualquer modo, é preciso autoconhecimento. A nossa intimidade sempre foi objeto de disputa e controle, nunca nos pertenceu. Parece improvável que realmente a gente venha a conhecer relações mais saudáveis e justas sem que haja uma retomada e reconhecimento dessa intimidade, para que nunca mais fique ao cálculo dos interesses culturais, sociais e econômicos traçados pela supremacia masculina. Precisamos nos explorar mais, somos um universo desconhecido para nós mesmas. Aprender a ficar só e a ser por inteiro, virando o tabuleiro da manipulação afetiva e sexual, pode ser um passo determinante para nos desintoxicar de séculos viciadas em submissão, competição e aprovação. Se mesmo o nosso protagonismo em algumas questões pode ser uma ilusão de ótica, aprender a estar consigo e a preencher-se de companhias não sexuais (notem como a sororidade é imprescindível), de objetivos que nos obriguem a ir além de nós e que restaurem o óbvio – não somos as nossas emoções, NÓS TEMOS AS NOSSAS EMOÇÕES – podem ser os únicos passos concretos para a descolonização e autodeterminação femininas.

Maria Gabriela Saldanha

 

quinta-feira, julho 30, 2015

OS VENDILHÕES DO TEMPLO


O PALCO DO FACEBOOK - Um palco de mentiras globais...

O Facebook é um meio virulento e anárquico de expressão sem conteúdo e raramente inteligente - onde a vaidade, a vacuidade, a arrogância e a pobreza de espírito prevalecem - o facebook é agressivo e violento, cheio de estratégias, de "ataque e defesa" sem precedentes nas relações humanas...tout court...
É o lugar por excelência dos vendilhões do templo - um Templo de mentiras e de comércio de egos e manias, crendices e...
taras e fantasias pessoais das mais variadas ...onde a mediocridade das opiniões se confundem com a "nova democracia" ou a "nova era" - todos somos iguais e todos temos direitos .
Ainda há quem creia naquilo, admito - há sempre gente bem intencionada - , mas cuidado, aquilo é mais um ninho de vespas...do que de "amigos/as"...
O Facebook é realmente um lugar onde reina a vanidade e a estupidez natural, completamente ineficaz e incapaz de responder a qualquer sentido de verdade e de sinceridade de uma pessoa. Mas ainda assim há quem arrisque...e eu sou uma dessas pessoas.

 

rlp

quarta-feira, julho 29, 2015

COISAS DA INTERNET?


A FALSA LIBERDADE (SEXUAL) DAS MULHERES...

Isto é o que acontece, invariavelmente, quando o Capuchinho Vermelho quer comer o lobo...

Uma usuária do facebook de nome creio Isabelle Dantas, brasileira penso, porque este excerto que li está em português (do Brasil)  foi vitima de um "atentado" machista - o homem  com quem terá ido para a cama gravou um vídeo e colocou no Facebook, tornando-a objecto de perseguição sexual e enfim xingada de puta...etc.
Então vejamos o que essa senhora muito indignada diz...


"Queria saber pq tem vários retardados comentando bosta nas minhas fotos/status(?). Sim, tô sabendo de um vídeo meu que um idiota vazou; sim, eu tô pagando boquete/gulosa/oral nesse vídeo, mas e daí? Isso me faz puta desde quando? Se seguirmos por esse raciocínio, sua mãe, avó, tia, prima, irma e amigas são todas putas, pq em algum momento elas fizeram ou irão fazer sexo - CHOQUEM -. Não é errado eu f...azer isso, errado é uma pessoa sem caráter gravar esse momento pra depois me expor e me humilhar nessa máquina reprodutora de preconceitos que é o facebook, errado é saber que não vai acontecer nada com essa pessoa que vazou o vídeo, enquanto eu vou ser julgada e apedrejada pela sociedade. Então, coleguinhas, parem de vir no meu chat me xingar, pedir nudes, adicionar ou o caralho que for. Ter um vídeo vazado tendo relações sexuais não faz de nenhuma mulher puta e não te dá o direito de assediar ela desse jeito que vcs estão me assediando. Parem de reproduzir esse discurso machista de que mulher que gosta de sexo é puta. SE FOSSE UM HOMEM QUE TIVESSE VÍDEO VAZADO CHUPANDO UMA MULHER O QUE ISSO FARIA DELE? Um garanhão, predador, status ++; porém como é uma mulher, vem esse bando de pessoas idiotas julgar, como se fosse legal ter sua initmidade divulgada e repercutida na internet. Um foda-se bem grande pra vcs. Pago boquete mesmo, e se isso faz de mim uma puta, então queridos, eu sou uma puta ..."

SERÁ QUE AS MULHERES PENSAM QUE VIVEM MESMO EM IGUALDADE?

- O que eu tenho a dizer ou a perguntar  a estas mulheres  que se julgam muito livres e com direitos iguais aos dos homens...sobretudo com direitos e igualdades sexuais...e que se expõem e escrevem livremente (temos em mente  o famosos artigo da Maria Capaz: "fodamos") sobre sexo e dão-se a essas liberdades com os seus belos e musculados parceiros, sem preconceitos, sem tabus, sem amarras, dizem...mas se um por acaso as grava na cama e divulga o feito no Facebook ou fala dela (a gaja livre e boazona)  aos amigos que depois a assediam, elas ficam muito ofendidas...e magoadas e reclamam....de quem e de quê pergunto eu...?
Elas não sabem que vivem num mundo de homens? feito por eles e para eles? Ignoram que vivem num mundo falocrático em que eles são donos e senhores e em  que fazem gaudio do que fazem com as mulheres na cama - como sempre o fizeram entre amigos e agora gravam e filmam -  e que elas para eles são todas coisificadas e meros objectos de prazer etc.?
Será que elas pensam mesmo que vivem em igualdade?
Sim eu sei que elas também querem e reclamam o seu belo prazer e querem usufruir dos homens como os homens usufruem das mulheres...Tem esse direito. Certo, tudo bem, mas tenham pelo menos em mente que, depois, todos eles - sim quase todos os homens, menos os gay, talvez, mas mesmo os gay consideram as mulheres de galinhas etc....  - as tratam de putas...
Eu não entendo portanto porque se admiram e reclamam tanto essas mulheres livres - no mínimo deviam ter cuidado com o cara (o gajo) com quem brincam neste jogo secular sem perceber que estão sempre no papel de predador e vitima...e não é como nos filmes românticos em que o cavalheiro ou o tenente casa com a prostituta  - a mulher é sempre a vitima neste Sistema, tal como o é nos filmes pornográficos... e, como sempre tenho dito, as mulheres que se expõem nessa pretensa liberdade acabam por pagar uma factura muito cara, como é aqui o caso e eu pergunto se essa mulher jovem tem alguma consciência de si enquanto mulher ou se se vê a si mesma apenas como um objecto-corpo-de-prazer tirando também prazer do homem,  sem medir as consequências para a sua psique e a sua saúde, digo, o seu equilíbrio mental etc. (ai como isto soa careta!!!)  - claro que este mundo não pode nem faz outra coisa que não seja julgar e apedrejar as mulheres (não, não é só no Irão e no Iraque) e dele não há mais nada a esperar PORQUE NÃO HÁ IGUALDADE NENHUM em nenhuma parte do mundo para a mulher - e ela tem de compreender isso e não pensar que está dentro de um filme de Hollywood...com o Richard  Gere...

Esta mulher dita livre e emancipada, até inteligente... é tão vitima da sociedade machista e falocrática como as nossas avós o eram, quando elas faziam sexo fora do casamento...ela pode julgar que já não é bem assim, que até tem meios e força para superar isso (a calúnia a difamação e até o abuso e a violência) pensa que pode "comprar a briga", dar luta...ser uma mulher de armas, defender-se pela logica dos seus argumentos modernos, mas ela não vê que apenas defende o lado oposto que as nossas mães defendiam quando queriam que nós fossem meninas "sérias" e bem comportadas...para casar "virgens"...
Claro que a mulher moderna esquece depressa o passado e combate isso, sem duvida,  ela já não tem tabus, nem preconceitos, ela faz o que quer, sim, faz "amor livre"...e ela julga que já não é como a avó, já não sofre a perseguição do macho, nem é aviltada...

Neste estado de coisas actuais contudo o que vemos é que "a emancipação da mulher" é um logro dentro do Sistema Patriarcal que funciona assim por si mesmo e dentro dele não há lugar para a verdadeira liberdade da mulher...e isso é que nem mulheres nem homens bem intencionados querem ver...

A realidade que as mulheres jovens não percebem é que os homens  estão habituados desde sempre e continuam  a ver e a olhar as suas mães como as "senhoras" e as filhas e mulheres que são as suas "sérias" e todas as outras mulheres, que não estejam dentro dos seus padrões e conceitos machistas e misóginos, são só putas - as mulheres livres para eles, mesmo que eles digam que gostam de mulheres livres e modernas, serão sempre dentro deste Sistema e neste paradigma, não mais do que putas, usadas e descartadas - e o que as mulheres modernas estão a fazer agora, como eu já  tenho referido, e tal como acaba por afirmar esta menina...estão a...tornar-se na puta..."e se isso faz de mim uma puta, então queridos, eu sou uma puta ..." 

Assim, cumulo da ironia , elas não só acabam por defender o estatuto da puta  como começam a comportarem-se como elas  - pensam que basta sentirem-s sem culpa, sem medo e sem pecado, livres enfim de preconceitos seculares, mas o que os homens pensam de facto  é que já nem precisam de pagar porque as mulheres fazem sexo livre e grátis...

Digamos para finalizar que a mulher comum está bem longe de ser ou perceber o que é uma mulher inteira consciente de si e  nem sequer se apercebe  dessa cisão da mulher em duas - a forma como a sociedade as divide  entre a "santa e a puta" e como esse preconceito continua arreigado na mente dos homens, mesmo  nas sociedades ditas  "avançadas"; essa  mulher está de facto muito longe de ser CONSCIENTE de si como MULHER e da sua essência e por isso ela luta e argumenta e pensa como os homens e  acaba se expondo deste modo  lutando pelo direito à sua razão;  assim, como que "de homem para homem" -  e porque, como nos sabemos, um homem nunca respeita uma mulher que goste de sexo ou que manifeste livremente o seu prazer...ela é sempre "uma puta"...
A mulher é trucidadas neste mundo de pornografia que é a sexualidade  dos homens, com o seu erotismo de violência e afronta e  as  mulheres modernas e emancipadas não fazem mais do que cair nesta armadilha sem ver que agora são presas fáceis e voluntárias, mas  vitimas  como  sempre.

Nota a parte...

Claro que não estamos a aqui a falar nem  de amor nem do coração...falamos de sexo puro e duro e estas mulheres nunca irão  optar pelo seu coração  pois já não são nem românticas nem idealistas ou sonhadoras - elas são iguais aos homens...  práticas objectivas e funcionais...
Apontando estas condutas extremas eu não estou a apontar nenhum destes caminhos para a mulher...mas a descoberta de uma Mulher inteira, uma mulher auto-suficiente diria, capaz de viver consigo, sem depender de ninguém para ser ela mesma e que só é verdadeiramente livre quando consciente de todo este filme  - o enredo - a que está sujeita no Sistema e não embala no sonho do príncipe encantado...nem nas 50 sombras e Gray...

Rosa Leonor Pedro  

terça-feira, julho 28, 2015

MAIS UMA FRAUDE CULTURAL...


Sartre e Beauvoir III


Eu também...

"Fico muito incomodada quando leio textos que romantizam/idealizam a relação de Sartre e Beauvoir. Mas não reconheço nesses textos uma gene...ralização ingênua, Sartre tinha consciência de que a exposição cuidadosamente controlada de sua vida afetiva ajudaria na criação de um mito. O biógrafo de Sartre diz: "essa mulher (se referindo a Beauvoir) cujo primeiro romance retratara seu relacionamento escandaloso era um 'ingrediente essencial' da estatura icônica de Sartre". Essa frase me irritou tanto, quando eu li, que precisei respirar fundo, antes de continuar lendo. Faço o mesmo agora, quando preciso reescrevê-la.
Retomando: existe uma tentativa de diminuir a importância da obra de Beauvoir, diante da construção do relacionamento dela com Sartre. Isso acontece frequentemente com mulheres, já citei aqui o caso de Martha Gellhorn, que foi correspondente de guerra por 20 anos, cobrindo os conflitos mais importantes do século XX, arriscando a própria vida. E, no entanto, é eternamente lembrada como a mulher que foi casada com Hemingway. Ainda que esse casamento tenha durado apenas 5 anos. O mesmo com Camille Claudel, Anaïs Nin, entre outras mulheres.
Mas, no caso de Beauvoir, o seu relacionamento é usado para falar de uma "ruptura com os valores burgueses". Serviu de inspiração para muitas gerações (dá para entender a origem de certos equívocos da "geração amor livre"). Mas que ruptura foi essa?

Relacionamentos são construções sociais, conjuntos de práticas e ideias, que não são naturais nem inevitáveis, É possível mudá-las. E, sim, Sartre e Beauvoir substituíram algumas dessas construções. Não se casaram, não tiveram filhos. No entanto, isso não significa que conseguiram estabelecer uma relação equilibrada ou igualitária.
Sartre preservou algumas premissas das relações dominantes, assimetrias significativas, como a subordinação do desejo de Beauvoir ao seu. Em Tête-à-Tête, a insatisfação de Simone com as premissas do relacionamento é inúmeras vezes citada. Principalmente, nos relatos sobre a obsessão de Sartre por Olga Kosakiewicz: "a relação de Sartre com Olga era devastadora para Simone". Neste ponto, é importante dizer que também era devastadora para as mulheres que, em diversas circunstâncias, participaram de triangulações com o casal. Bianca Lamblin nunca se recuperou da experiência.
Sartre afirma que amar é, em certa medida, abrir mão da condição de sujeito. No entanto, quem parecia abrir mão era Simone: "tão fascinada estava por ele, que esqueci de mim mesma, deixei de existir de forma autônoma". Isso é o que se constrói como expectativas do amor feminino ao longo dos séculos. Não há nada de revolucionários nesta forma de amar, de romantizar os sacrifícios e a dor da mulher "em nome do amor".
Aquilo que era o núcleo mais duro do "amor" e das relações como construção social permaneceu intacto. Como existencialista, Beauvoir demorou a questionar a liberdade que ela possuía era a liberdade real. Não adianta quebrar regras sem quebrar o sistema que cria essas regras."

Daniela lima

"O QUE É QUE OS HOMENS QUEREM"

Freud perguntou-se,  já no fim da sua careira, depois de muitos anos de análise psicanalítica a mulheres, afinal "o que é que querem as mulheres"...

A autora deste livro O PRAZER NO PATRIARCADO invertendo esta questão,  colocando-a na perspectiva feminina pergunta o que é que os homens querem - questão que eu ponho em causa a saber se esta é a verdadeira questão de interesse para a mulher...ou se a mulher deveria quer saber antes de "o que é que os homens querem" saber o que é que ela quer mesmo para si sem a opinião ou o aval dos homens...
De qualquer modo este excerto do livro é de uma clareza e objectividade impressionantes e diz tudo o que a Mulher deve saber sobre a sexualidade abjecta do homem que a transforma a si em mero objecto sexual... e também diz aos homens conscientes o que o Sistema faz com eles...
rlp


A pornografia fornece a resposta...

“Para a questão que Freud nunca colocou e que define a sexualidade numa perspectiva feminina: O que é que os homens querem? A pornografia fornece a resposta. A pornografia permite aos homens terem tudo aquilo que sexualmente desejam. Ela é para eles a verdade acerca do sexo. Ela relaciona a centralidade da objectificação sexual tanto com a excitação sexual masculina como com os modelos masculinos de conhecimento e verificação, conectando objectividade com objectificação. Mostra como os homens vêem o mundo, como ao vê-lo a ele acedem e o possuem, e mostra como é a acção humana de domínio sobre ele. Mostra o que os homens querem e como conseguem o que querem.
A partir do testemunho da pornografia, o que os homens querem é mulheres dominadas, mulheres espancadas, mulheres torturadas, mulheres degradadas e conspurcadas, mulheres assassinadas. Ou, para sermos just@s com o registo mais suave (soft core), mulheres sexualmente acessíveis, possuíveis, que estão ali à sua disposição, querendo ser possuídas e usadas, talvez com uma ligeira sugestão de escravidão. Qualquer acto de violentação das mulheres - violação, espancamento, prostituição, abuso sexual de crianças, assédio sexual, é apresentado como sexualidade, é tornado sexy, divertido e libertador da verdadeira natureza da mulher na pornografia. (…)

As mulheres são transformadas em e postas em paralelo com qualquer coisa considerada inferior ao humano: animais, objectos, crianças e – claro, outras mulheres. (…)

A pornografia é um meio através do qual a sexualidade é socialmente construída, é um lugar de construção, um domínio de exercício. Constrói as mulheres como coisas para uso sexual e constrói os seus consumidores para quererem desesperadamente a posse, a crueldade e a desumanização. A própria desigualdade, a própria sujeição, a própria hierarquização, a própria objectificação, o abandono em êxtase da capacidade de auto-determinação, é o conteúdo aparente do desejo sexual das mulheres e é o que é desejável. (…)

Se a pornografia não se tivesse tornado sexo para os homens e do ponto de vista dos homens, seria difícil explicar porque é que a indústria pornográfica arrecada biliões de dólares por ano vendendo-a como sexo principalmente para homens; porque é que é utilizada para ensinar sexo às prostitutas infantis, às esposas, filhas e namoradas recalcitrantes, a estudantes de medicina e a agressores sexuais; porque é que quase universalmente é classificada como uma subdivisão da «literatura erótica»; porque é que é protegida e defendida como se fosse o próprio sexo. E porque é que um eminente sexólogo manifesta o receio de que, se a perspectiva feminista se reforçar contra a pornografia na sociedade, os homens tornar-se-ão «eroticamente inertes»: não havendo pornografia, não há sexualidade masculina.”

Catharine Mackinnon: Sexuality, Pornography, and Method: "Pleasure Under Patriarchy"
(retirado do blog sexo e misoginia)
PS
Só os homens consomem pornografia (e algumas mulheres deformadas pela sua cabeça) enquanto as mulheres comuns consomem revistas cor-de-rosa e de sucesso mediático...As Marias e as Caras e as Gente...etc.

domingo, julho 26, 2015

A intuição feminina e o novo paradigma


O coração inteligente -
a intuição feminina e o novo paradigma


"Quando nos desconectamos e desligamos da sabedoria inata de amor do Coração, baseando-nos nos pensamentos, o intelecto refletido no ego assume o controle e opera independentemente do Coração, e nós voltamos para uma mentalidade de sobrevivência baseada no medo, ganância, ânsia de poder e controle. Desta forma, passamos a acreditar que estamos separad@s, a nossa percepção de vida muda para uma limitação e escassez, e temos que lutar para sobreviver. Este órgão incrível, que muitas vezes ignoramos, negligenciamos e encerramos dentro de muros que construímos ao seu redor, é onde podemos encontrar a nossa força, nossa fé, nossa coragem e nossa compaixão, permitindo que a nossa maior inteligência emocional guie nossas vidas.
Devemos agora mudar as engrenagens para fora do estado baseado no medo mental que temos sido ensinados a acreditar, e nos movermos para viver centrados no coração. Para que esta transformação ocorra, é preciso aprender a meditar, “entrar em seu coração” e acessar a sabedoria interior do Universo. É a única maneira, é O Caminho. A medida que cada um de nós começa esta revolução tranquila de viver do Coração, vamos começar a ver os reflexos em nossas vidas e em nosso mundo. Esta é a forma como cada um de nós vai criar uma mudança no mundo, criar paz, criar harmonia e equilíbrio, e desta forma, vamos todos criar o Paradigma do Novo Mundo do Céu na Terra."

Rebecca Cherry (adaptado)

Aqui. Agora.

Somos todas pretas
timorenses
ciganas
sírias
e portuguesas.
...
Somos todas
excisadas,
violadas,
afogadas
e mortas a tiro.

Somos uma mulher,
várias mulheres
e todas as mulheres.

Somos uma célula,
um corpo,
uma unidade,
um grupo,
uma árvore,
uma floresta,
um muro,
uma muralha,
uma legião.

Somos uma mulher
que carrega o mundo no ventre.



AKLdd
 

sábado, julho 25, 2015

A DANÇA CÓSMICA


“A Deusa apaixona-se por si mesma, suscitando a sua própria emanação, que passa a ter existência própria.
O amor do "self" pelo "self" é a força criativa do universo.
(...)
O desejo é a energia primordial esta energia é erótica:
a atracção entre o amador e o amado, da luneta e a estrela,
do eléctron pelo próton.
O amor é o laço que mantém o mundo unido.”



in, A Dança Cósmica das Feiticeiras de Starhwak

astrologando..

 


MATA A TUA IGNORÂNCIA


Data Estelar: Vênus começa a retrogradar, Mercúrio e Urano em quadratura.

A partir deste momento e até 6 de setembro próximo, ...enquanto Vênus retrogradar, melhor será não procurar abrigo em certezas, mas aceitar a vertigem das incertezas, questionando tudo.
Melhor aceitar os dilemas e dúvidas do que cometer o equívoco de promover desacertos sob a proteção de conceitos que não descrevem a realidade como ela é.
Aceitar as dúvidas e fazer alianças com os dilemas não tornará teu dia a dia mais tranquilo nem tampouco te brindará com sossego, mas te indica um caminho real, cheio de sobressaltos, através do qual obterás maior esclarecimento e te aproximarás da verdade relacionada às tuas buscas.

Quando te cansares, descansa, mas não busca o descanso como meio de te absteres do esclarecimento, mais vale a dor aguda de matar a ignorância do que o sofrimento crônico de permanecer nela.
25-7-2015 -
www.quiroga.net

AS MULHERES DE BOA VONTADE...


ONTEM, MAIS UM HOMEM MATOU A MULHER (SÓ MAIS UMA) E DISPAROU SOBRE O FILHO DE 6 ANOS...

 A ARMA DO CRIME: O CASAMENTO ...

Quando os homens e as mulheres se recusam a ver a realidade e vivem apenas das aparências...

Por mais que se pense que não é verdade a violência contra as mulheres no mundo inteiro, falseando os dados com a aparente normalidade da vida e se eleja o "politicamente correcto", que é não chamar os bois pelos nomes ...o que significa branquear as situações, ou seja,  querer ignorar a realidade no que concerne a vida das mulheres para lá dessas aparências e da normalidade de uma percentagem mínima ...o que nós vemos - QUANDO QUEREMOS VER - é a alienação dos homens destas questões de fundo e a completa confusão das mulheres presas aos mesmos padrões antigos, sim, tal como antigamente, antes da "emancipação da mulher", embora inconscientemente presas  na mesmas regras de vida, preconceitos, noções, valores, conceitos,  ideais - tal como na linguagem que falam em nome do Homem e pelo homem   sem perceber como isso as  leva pela própria ordem de ideias consagradas pelo Pater e pela Família (ah os nomes de família) e pelo padres da igreja ...ao que é a  negação de si mesmas, não só na própria língua que falam e as ignora como ENTE como em essência pela falta de consciência de quem são e da sua própria natureza; e é pela falta dessa consciência de quem são efectivamente como seres individuais, com identidade própria, com vida própria, que acabam...de facto, prisioneiras dos homens e da boa vontade: elas são as mulheres de boa vontade...e não só se casam e "dormem com o inimigo" (nome de um filme...) como se  confiam  de bom grado no inimigo ao virar da esquina, num bar, numa discoteca ou num encontro do facebook...
É certo que existe uma patine de modernidade e de "libertação" sexual e que com isso a mulher só teve a perder embora creia que é livre e que já pode curtir a vida...triste mentira...ela continua a ser a vitima sem dar por isso tal como a ser usada...ela ainda vive com o sonho do "príncipe encantado" - mas encontra quase sempre o monstro que a espanca...ou mata!
 
Todos os dias são mortas mulheres pelos maridos e amantes em todo o mundo, maltratadas pelos namorados...e não é só em Portugal, Espanha e França ou Itália...mas no Brasil ou na Argentina ou na China e na India etc. Não querer ver isto é SER CEGO!

Isto é trágico, por si, porque 90 % das mulheres em todo o mundo está ainda prisioneira e dependente do padrão masculino de vida, sem qualquer consciência da sua natureza ontológica, sujeita  à  tradição machista e predatória do Homem, à lei do mais forte, através da sua cultura (cinema telenovelas, revistas pornográficas que só aviltam a mulher e os Mídea em geral, publicidade em geral) e da sua História e Ficção cientifica (a própria ciência química que é ficção e dinheiro)... e não consegue sair do pântano mental e religioso que a nega em si mesma e em que está atolada...sem ver até que ponto a mulher  é sacrificada, pelo filho, pelo pai e pelo homem e  que serve de "bode expiatório"  nas guerras ou onde quer que seja...
Ela nem dá por isso - ela nem dá por ela...Ela MULHER não existe...ela apenas vai atrás do Homem como uma escrava ou uma presa, uma vitima ou uma serva - pelo sexo, pelo dinheiro ou  pela fé num deus Homem que só fala de homens e as condena ao pecado e à prostituição ou então a serem barrigas de aluguer ou donas de casa, sejam elas executivas de 1ª, acompanhantes de luxo, empregadas ou criadas de empresas, sejam qual for os nome!
Porque será que os homens não querem ver isto e acham que eu estou com raiva deles...
Tenham lá a santa paciência - a Lei da Maria da Penha como todas as leis, as mais avançadas na defesa da mulher, como é o caso de Portugal, não servem de nada...porque os homens continuam a violar a matar e a explorar as mulheres em todo o mundo.
A Holanda tem um PIB valioso pela oficialização tirando todo o partido da prostituição enquanto Estado - um Pais "civilizado"que é um Bordel com montras para a rua...e o Vaticano tem ou detém a maior cota dos bordeis da Europa...Por favor, cavalheiros, não me venham com tretas nem desculpas esfarrapadas, nem me falem de leis só no papel...nem me falem em nome das mulheres, vocês cegos que calam e fingem que nada acontece...e que todos somos iguais e libres...
Estou farte de dizer e não volto a repetir: estou contra o Sistema patriarcal mas nada tenho contra o homem em particular nem pessoalmente... e sei que há homens justos e bons, do lado da Mulher, tenho amigos, grandes homens...sim, mas são raros, e quando chega a hora da verdade quase todos falham, portanto, por favor, seja você um homem justo e olhe com olhos de ver em vez de branquear...e justificar os outros...porque eu sei que há também mulheres muito más e terríveis e que se vingam dos homens etc. mas não é nessas histórias que eu estou interessada, mas apenas e unicamente a DESMONTAR UMA FANTASIA que é mentira da "igualdade".

 rosaleonorpedro


QUE LÍNGUA FALAM AS MULHERES?

"A questão central em muita da recente escrita de mulheres (...) é encontrar e usar uma linguagem feminina apropriada. A linguagem é o lugar por onde se deverá começar: uma tomada de consciência deverá ser seguida de uma tomada da palavra ... Nesta perspectiva, a própria forma do modo de discurso dominante revela a marca do domínio da ideologia masculina. Assim, quando uma mulher escreve ou fala, é forçada a falar como que numa língua estrangeira, uma língua com a qual ela se pode não sentir pessoalmente à vontade."
Burke,
in "Report from Paris"

quinta-feira, julho 23, 2015

AS INFLUÊNCIAS



DOMINAÇÕES E SONHOS...


Hoje acordei a pensar e por causa dos sonhos...como as pessoas que em algum momento da nossa vida foram importantes, pela negativa sobretudo, ou não, mas que detiveram algum poder ou influência sobre nós, que nos dominaram, mesmo que as situações tenham mudado completamente ou mesmo se tenham invertido...essa influência e domínio psicológico persiste de alguma maneira subtil na submissão ou sujeição inconsciente ao outro ou ao modelo que ele representa na nossa vida...
Podem ser pessoas que nos dominaram emocional ou psicologicamente, não só os pais e parentes ou professores, marido principalmente, no caso da mulher, mas também patrões, chefes e até amigos...ou filhos...
Limpar o registo dessas influências é das coisas mais difíceis que existem...porque implica uma grande tomada de consciência de si como implica uma atenção especial às nossas emoções - quase sempre ocultas - o que não fazemos e de que os sonhos as vezes nos trazem a memória...
De repente um sonho e uma personagem traz-nos uma situação humilhante ou revoltante que nós esquecemos completamente ...e então vemos, que mesmo ausente ou distante, ela continua a marcar-nos...e a pessoa a dominar-nos...ainda que só em sonhos...o que sejam afinal os sonhos...?
De qualquer modo o grave nisto é que se não tomarmos consciência de como somos dominadas por esses padrões...eles se repetem e as pessoas que tendem a controlar a nossa vida e a fazer-nos mal, são retratos dessas outras que nos marcaram... se nunca nos libertarmos dessas influências.


(ideia a desenvolver)

rosa Leonor pedro

A velha ordem e a nova ordem... mundial



"A ABENÇOADA RAIVA"

Precisamos "sobreviver na selva patriarcal New Age" (L. Frazão)

É tempo de as mulheres expressarem a sua raiva ou a sua cólera, com CONSCIÊNCIA de si porque isso as liberta...
Hoje mais do que nunca, face a esta agressão milenar, fosse a de há seculos na escravatura que ainda perdura, fosse na posse absoluta do homem pelo casamento, seja do pai por lei,  seja hoje a opressão psicológica económica ou social em que ela continua sujeita e é (continua) prisioneira do sistema -  isto é obviamente uma Guerra antiga contra as mulheres (e não das mulheres contra os homens, não invertam a ordem das coisas)  - devemos reagir com todas as forças do nosso ser. A agressão às mulheres desde sempre, o domínio patriarcal do controlo do útero da mulher, dos seus filhos, da sua vida e do seu sexo, permanecem e agrava-se de formas dissimuladas e subtis na cultura e na politica-policial e na sociedade em que vivemos hoje e que julgamos muito "evoluída".

A tentativa de controlo da Mulher pelo útero voltou ao Parlamento português pela mão da direita reacionária para anular uma lei que há 5 anos libertou a mulher da perseguição policial pelo aborto...sendo duplamente condenada pelos homens e pelas  mulheres vis e mesquinhas que em nome da "vida" se traem e mentem e continuam a obedecer-lhes como animais de estimação, as procriadoras de serviço ...obedientes ao pai e ao seu deus misógino, temerosas do senhor todo poderoso.

A repressão da mulher e da sua verdadeira expressão como ser mantem-se de todas as maneiras e os homens continuam a querer influenciar e dominar de todas as formas a sua vida - sem esse domínio da mulher sem esse imaginário de poder e controlo da mulher as suas vidas perdem todo o sentido porque eles são vazios...não criam nada, não dão nada...só tiram, só exploram e só matam, tanto a mulher como a natureza mãe...eles são os predadores que pelas armas e pela força dominaram planeta e continuam a querer dominar porque são incapazes de dar vida como as mulheres...a inveja e o ódio da mãe caracteriza as sociedades patriarcais, e por essa razão o Homem  agride, viola e mata a mulher como seu principal inimigo em todas as guerras e revoluções...viola-a como posse do seu inimigo...como mãe do seu inimigo...como filha do seu inimigo... 

ISTO NÓS NÃO PODEMOS ESQUECER NEM BRANQUEAR...

Portanto, quando adquirido, é  muito importante que se não perca o sentido do nosso poder interior, dessa força  que nos torna coesas, do nosso fogo interior, da nossa expressão própria que é a da nossa dignidade como mulheres e não só, mas sobretudo a nossa completude como mulheres,  que é essencialmente vivido na expressão dos nossos sentimentos e emoções  e que quando as coisas não correspondem à nossa verdade profunda não as podemos calar.
 
Não é agora em nome da "paz interior" ou do "amor ou do respeito" do “outro” ou de um suposto caminho (deus ou mestre ou das estrelas) que devemos abdicar do que sentimos e do respeito que devemos ter por nós mesmas e pela nossa intuição!

Acho igualmente que muitas das teorias do “ser positivo” agora e o olhar só “o lado bom das coisas” também pode ser  e é uma armadilha a fim de não olharmos o lado que precisamos de facto olhar, ir mais fundo e conhecermo-nos a nós mesmas, pela maneira preconceituosa como nos negamos a encarar a nossa sombra e a dos outros.

Ora a sombra é indispensável para integrar os aspectos opostos da dualidade. E não é omitindo a sombra nem o dito "lado negativo" em nós, não a querendo ver ou ignorando-o,  que saímos da dualidade humana que faz parte da manifestação neste plano, e entramos no caminho do uno, com fizeram durantes séculos os cristãos, sempre em oposição e antagonismo entre o bem e o mal sem nunca discernir que ambas os aspectos estão e são uma manifestação da vida em cada indivíduo, homem ou mulher, e condenando e culpando a mulher do mal...por lhe ter dado a comer a maça da árvore do Conhecimento...
O que eu acho é que também para além desta religião e cultura contra a mulher e a necessidade de anular ou de a dominar,  muitas das novas teorias, terapias e canalizações nos incitam a uma aceitação e apatia ou mesmo a uma alienação idêntica à das velhas religiões. E poucas dúvidas me restam que pertencem a uma manobra do patriarcado - nova ordem mundial - para nos tolher de novo e são mais uma ameaça disfarçada á verdadeira liberdade da Mulher. 
É importante perceber que muitos ou quase todos os conceitos "Nova Era" são os mesmos preconceitos religiosos de sempre disfarçados de novos, em que vemos como realmente o ser humano se vê obrigado a manter uma atitude passiva e humilde de não ser nada e não ousa dizer o que pensa ou sente, por medo do castigo e do pecado... Antes era o medo de não ir para o céu...agora é o medo de não ascender... ou o medo de não ser "a mulher ideal" - do homem, do marido ou do mestre ou do partido etc.
As mulheres não precisam de chefes nem mentores...não precisam de guias nem de facilitadores - elas têm tudo o que precisam para SER potencialmente sem necessidade de recorrer a ninguém...Esse é o potencial das mulheres, para além de serem as Mães e as Amantes...e MULHERES PLENAS!
 
RLP  


NOTA MARGEM:

Não, definitivamente eu não tenho nada contra os homens em si, de per se...mas do seu Sistema e da sua opressão como representantes da ordem vigente. Nada de pessoal...nem de particular. Esta é a História dos homens e não a podemos ignorar. Cabe aos homens tomar consciência do que fizeram e mudar a sua atitude e contribuir para a mudança a começar por eles...não a querer ajudar as mulheres...
Basta que mudem por si...e para si...que se conheçam e queiram estar do lado da Natureza  Mãe Terra onde nasceram e encarnaram e amarem a Mulher que lhes deu vida a cada um deles...

quarta-feira, julho 22, 2015

RAIVA...

 SIM RAIVA...



Onde é que eu vou dizer isto - apesar de também às mulheres não interessar o falar das mulheres - como deploro ver as mulheres de renome, escritoras ou intelectuais sérias ou senhoras conceituadas na praça a falarem pela boca dos homens exclusivamente...e dizem como os homens e falam como os homens e dizem o que lhes vai na alma pela boca dos homens e do intelecto...estou enjoada desta aparente inteligência das mulheres que não tem voz própria, nem identidade, nem útero nem ovários e até repetem os poemas de poetas gays e misóginos que as detestam, mas que intelectualmente são "bons" e conceituados - maldita cultura grego ou romana de pedófilos e misóginos que as mulheres defendem e adoram! Como elas são cultas e eruditas...e as próprias cientistas (dos 5 sentidos!)  negam a sua essência primeva!
Não aguento esta anulação esta mentira colectiva e global das senhoras (cientistas) de plantão da cultura patriarcal!
Décadas para não dizer séculos de submissão ao dono e as suas leis, à sua cultura e história...décadas de informação e feminismo materialista actvista e nenhuma Consciência da Mulher em si - nenhuma consciência do ser mulher ontológico, nenhuma intuição da sua própria anulação ,nenhuma visão do oculto, nenhuma noção de como a mulher foi esmagada e aglutinada ao homem...
Como não sentir raiva e uma revolta nas entranhas de tanta ignorância de tanta crendice por um lado e por outro  tanta "intelectualice", tanto pensamento cartesiano e tanta logica e tanta razão e ciência e SENTIMENTO NENHUM...!
Às vezes dá-me raiva sim...
rlp

segunda-feira, julho 20, 2015

É preciso que a mulher evolua



"A Família é uma noção obsoleta. Foi a primeira sociedade humana: o homem primitivo não associava o coito à reprodução, vivendo em bandos. Hoje, ela não é garante de nada a não ser de traumas e má formação moral. Precisamos da grande Família Humana sem atavismos instintivos de carácter monoparental. As fêmeas animais cuidam das crias de todas. A mulher é um ser pouco generoso e demasiado adaptada aos ditames masculinos mesmo quando pensa ter-se deles libertado, acaba por orquestar o seu dogma disfarçado. É preciso que a mulher evolua e se torne mais outra...é preciso que o homem apague a célula dirigista e se torne no Cavaleiro do Graal ao serviço das coisas que valem a pena."

Amélia Vieira - in facebook

domingo, julho 19, 2015

O MODELO GREGO-ROMANO DE SOCIEDADE...



Uma cultura homossexual e pedófila...

"O mundo antigo, assim como o mundo atual, era e sempre foi, homossexual. Os homens faziam sexo entre si e apenas se casavam com mulheres pela procriação. Pouquíssimas sociedades não eram homossexuais na antiguidade, talvez a egípcia, fugisse a esse padrão. Os patriarcas que deram origem ao monoteísmo, foram os mesmos que estabeleceram regras para coibir o sexo homossexual e mesmo assim, porque tal prática estava ameaçando suas políticas de expansão territoriais e populacionais. Fico imaginando, em como os homens estavam tão interessados uns nos outros a ponto de fazer com que os líderes patriarcais, tivessem que colocar na Bíblia uma regra expressa proibindo o sexo não reprodutivo.
A sociedade greco-romana que deu origem á civilização ocidental, era homossexual. Nessas sociedades o cidadão (mulheres não eram cidadãs), o cidadão era definido como o homem adulto das classes dominantes, e o sinal de sua maturidade era a barba. Assim o cidadão greco-romano costumava casar-se com uma mulher e manter casos amorosos com meninos e adolescentes e estes ao criarem barbas eram elevados à condição de homens e agora podiam casar-se e manter seus amantes meninos. Veja, fomos formados por uma cultura homossexual e pedófila.
A partir da invasão cristã, a religião adotada proibiu relações homossexuais. Isso criou uma misoginia latente nos homens, que proibidos de realizar suas inclinações, passaram a 'ter que' se relacionar apenas com mulheres, sob pena de perder seu status de homem, o que antes não acontecia.
Homens no patriarcado, consideram as mulheres como seres inferiores a eles e por isso, amar uma mulher, seria se igualar ao ser inferior, seria um rebaixamento na sua masculinidade, por isso nas culturas antigas e ainda hoje, homens seguem sendo homossexuais.
Sob a bandeira da modernidade estamos reconstruindo as bases de uma sociedade homossexual. Com o liberalismo, as campanhas por direitos e etc, mais e mais homens se sentem seguros para expressar sua verdadeira atração e cada vez mais homens o farão. E aqueles que não conseguem, ficam idolatrando o sexo anal, escondendo pela prática com a mulher, aquilo que gostariam de fazer com um homem. Nada disso tem a ver com as mulheres. Nós somos apenas coadjuvantes nesse processo, sempre fomos. Não é por causa do feminismo ou de qualquer outra coisa que as mulheres fizeram ou deixaram de fazer, que estamos caminhando, de novo, para uma sociedade no modelo greco-romano. Essa questão sempre foi uma questão entre eles. Foi a sociedade patriarcal que eles criaram que deu origem a essa misoginia. Filósofos gregos afirmavam que o amor superior, era o amor de um homem por outro homem.
A triste realidade é que com a sociedade se tornando cada vez mais homossexual, as mulheres correm o risco de regredir nas poucas coisas que conquistaram. Se o processo se concretizar, o que impedirá os homens que dominam a política, a economia, as mídias, as artes, o exército e a polícia, de recolocar a mulher na mesma condição da mulher grega?
Vejo o mundo dividido: naqueles países onde os governos são patriarcais e religiosos, a prática será heterossexual. Nos países patriarcais de estado laico, a prática será homo e as mulheres em ambas as sociedades, mero objeto de reprodução. Como sempre foi no patriarcado em geral."*


Esta imagem ou o comentário no facebook pressupostamente de um gay representa com efeito o que os homossexuais em geral no fundo pensam...mesmo que este seja inculto e politicamente incorrecto...mesmo que isto seja uma brincadeira...está lá a ideia grego ou romana...

*TEXTO DE UMA LEITORA ANÓNIMA  a quem agradeço a visão lucida de uma realidade que nos ameaça a todos, nomeadamente às mulheres...
Estamos diante de um velho modelo de sociedade cada vez mais decadente e que quer à viva força ser implementado na sua génese patriarcal absoluta que começou negando a Mulher e a Matriz da Vida  e que  face a uma crescente tomada de consciência do Feminino Ontológico, busca desesperadamente derrubar e destruir  tudo o que a mulher conseguiu em termos de valores e conquistas neste ultimo século.
É urgente pois que cada dia mais as mulheres estejam conscientes deste eminente perigo e saibam defender a sua liberdade construído uma identidade profunda baseada no Feminino Essencial e no retorno à Deusa Mãe - e a Terra!

rlp


 

sábado, julho 18, 2015

VERDADES INCONTORNÁVEIS


O SABER DE UMA MULHER QUE (NOS) ABRAÇA

"Há um homem no inconsciente de uma mulher e uma mulher no inconsciente do homem. Esta verdade ocorreu aos grandes santos e profetas há muito tempo. Isto é o que o conceito Ardhanariswara (metade Deus e metade Deusa) na fé hindu.
Os homens também sofrem muito como resultado do exílio do princípio feminino do mundo. Por causa da opressão das mulheres e a supressão do aspecto feminino dentro dos homens, a vida dos homens tornou-se fragmentada, muitas vezes dolorosa. Os homens também devem despertar para as suas qualidades femininas. Eles devem desenvolver empatia e compreensão em sua atitude para com as mulheres, e na forma como eles se relacionam com o mundo.
As estatísticas mostram que os homens - não mulheres - cometem a maior parte dos crime de assassinatos neste mundo. Só o amor, compaixão e paciência - as qualidades fundamentais das mulheres - podem diminuir as tendências agressivas dos homens. Da mesma forma, há mulheres que precisam das qualidades dos homens, de modo que sua bondade e pureza não as imobilize. Hoje, quando a concorrência e a raiva são a norma em todos os lugares, é a paciência e a tolerância das mulheres que criam a harmonia que existe no mundo.
As mulheres são o poder e o próprio fundamento da nossa existência no mundo. Quando as mulheres perdem o contato com seu verdadeiro eu, a harmonia do mundo deixa de existir. Assim, é fundamental que as mulheres em todos os lugares façam todo esforço para redescobrir sua natureza fundamental, pois só assim poderemos salvar este mundo. Hoje o que o mundo realmente precisa é de cooperação entre homens e mulheres, com base em um senso firme de unidade na família e na sociedade. Guerras e conflitos, todo o sofrimento e falta de paz no mundo de hoje, certamente vai diminuir, em grande medida, se as mulheres e os homens começarem a cooperar e apoiar uns aos outros. A menos que a harmonia é restaurada entre o masculino e o feminino, entre homens e mulheres, a paz continuará a ser não mais do que um sonho distante.
Existem dois tipos de linguagem do mundo: a linguagem do intelecto e da linguagem do coração. A linguagem do intelecto racional seco gosta de discutir e atacar. Agressão é a sua natureza. É puramente masculino, desprovida de amor ou qualquer sentimento deparentesco. Ela diz: "Não, só eu estou certo e você está errado, mas eu tenho que provara todo o custo, de modo que você vai se render a mim." Controlar os outros e tornando-os bonecos que dançam de acordo com a sua música é típico daqueles que falam esta língua. Eles tentam forçar suas idéias aos outros; seus corações estão fechados; eles raramente consideram os sentimentos de outra pessoa. Sua única consideração é o seu próprio ego e sua ideia de vitória.
A linguagem do coração, a língua do amor, que está relacionado com o princípio feminino, é bem diferente. Aqueles que falam esta língua não se preocupam com o seu ego. Eles não têm interesse em provar que eles estão certos ou que qualquer outra pessoa está errada. Eles estão profundamente preocupados com seus semelhantes e deseja ajudar, apoiar e elevar os outros. Em sua presença a transformação simplesmente acontece. Eles são os doadores de esperança tangível e de luz neste mundo. Aqueles que deles se aproximam, renascem. Quando tais pessoas falam, não é uma palestra para impressionar ou para argumentar - é uma verdadeira comunhão de corações.
 
O amor verdadeiro não tem nada a ver com luxúria ou egocentrismo. No amor verdadeiro, você não é importante; o outro é importante. No amor, o outro não é o seu instrumento para satisfazer os seus desejos egoístas; você é um instrumento do Divino, com a intenção de fazer o bem no mundo. Amor não sacrifica os outros; o amor dá alegria de si mesmo. O amor é altruísta - mas não o altruísmo que empurram as mulheres para o fundo, tratando-as como objetos. No amor verdadeiro, você não se sente inútil; ao contrário, você expande e torna-se um com todo - tudo abrange, sempre feliz.
Infelizmente, no mundo de hoje, é a linguagem do intelecto que prevalece e não a linguagem do coração. Os representantes da luxúria e do egoísmo - não de amor -dominam o mundo. Os antigos ensinamentos dos sábios têm sido distorcida para caber dentro dos quadros estreitos de desejos egoístas dos homens. O conceito de amor foi distorcida. É por isso que o mundo está cheio de conflitos, violência e guerra.
Um coração feminino e um intelecto masculino devem se unir e operar como uma entidade. Este é o caminho para resolver conflitos, violência e guerra.
A mulher é a criadora da raça humana. Ela é a primeira Guru, o primeiro guia e mentora da humanidade. Pense nas tremendas forças, positivas ou negativas, que um ser humano pode dar para o mundo. Cada um de nós tem um efeito de longo alcance sobre os outros, quer estejamos conscientes disso ou não. A responsabilidade de uma mãe,quando se trata de influenciar e inspirar seus filhos, não pode ser subestimada.

Há muita verdade no ditado que diz, que há uma mulher forte por trás de cada homem de sucesso. Onde você vê, pessoas pacíficas e felizes; onde você vê as crianças dotadas de qualidades nobres e boas disposições; onde você vê os homens que têm imensa força, quando confrontados com o fracasso e situações adversas; onde você vê as pessoas que possuem uma grande medida de compreensão, simpatia, amor e compaixão para com os que sofrem, e que dão de si para os outros - normalmente você vai encontrar uma grande mãe que os inspirou para se tornar o que são. As mães são as que são mais capazes de semear as sementes do amor, da fraternidade universal e paciência nas mentes dos seres humanos. Há uma ligação especial entre a mãe e a criança. Qualidades interiores da mãe são transmitidas para o filho, mesmo através de seu leite materno. A mãe entende o coração de seu filho; ela derrama o seu amor para a criança, ensina-lhe as lições positivas da vida e corrige os erros da criança. A mente de uma criança é como um piso recém-cimentado. As impressões feitas no cimento fresco permanecerá lá. Os bons pensamentos e valores positivos que cultivamos em nossas crianças vão ficar com eles para sempre. É fácil de moldar o caráter de um filho quando ele ou ela é muito jovem, e muito mais difícil fazê-lo quando a criança cresce."

Amma

(Sri Mata Amritanandamayi Devi)

sexta-feira, julho 17, 2015

A CONEXÃO COM A SERPENTE...



"Embora as autoridades da Igreja tenham procurado suprimir a conexão com a serpente, elas também quiseram usar o arquetípico "rei-deus-solar" dos povos serpentinos, mas sem revelar suas origens xamânicas como "criatura -serpente".
 
A serpente e seu associado, o dragão, foram satanizados.

Mas acreditamos que os detentores do poder dentro da Igreja quiseram se livrar da serpente, principalmente por causa de seu vínculo com a experiência de iluminação, a verdadeira experiência codificada no interior de tantos mitos e histórias antigos, inclusive aqueles contidos no Antigo e no Novo Testamento bíblico.
Em sua ignorância desse aspecto da experiência humana, o povo teria confiado na Igreja como mediadora da divindade que reside naturalmente dentro de todos nós.
Era necessário um guia divino, mas um guia que não fornecesse indicações do processo de iluminação pelo qual atingíamos a divindade, um estado que todos nós temos o potencial de alcançar sozinhos.
O fato de excluir essa experiência de iluminação dos ensinamentos religiosos criou um vazio no conhecimento de nossa própria e verdadeira natureza, um vazio que tem sido preenchido por diversos conceitos filosóficos que sempre ficaram aquém do conhecimento original dos Seres Luminosos.

No período que precedeu o desenvolvimento dos mitos sumérios da serpente, vasos retratavam cobras gigantescas que se enroscavam pelo Universo inteiro, envolvendo Sol, Lua e estrelas.
Também encontramos a cobra brotando de plantas, cálices e poços.
Parecia evidente que ela fora vista pelos povos antigos como símbolo da energia e força vital ou, muito simplesmente, da "saúde".
Também simbolizava a ressurreição ou imortalidade que eles tão desesperadamente desejavam e que estava personificada no "povo da serpente"."


In "O GRAAL DA SERPENTE", Philip Gardiner com Gary Osborn

Grata a Anna Geralda o trabalho da copia do texto e a sua partilha!

O NOSSO PODER INTERIOR



A ENERGIA DA SERPENTE


A "... nossa falta de consciência da força vital, que está não só dentro de nós, mas também ao redor da Terra, é o que divide nossa consciência em duas.
Essa divisão na consciência humana é a verdadeira causa de todos os problemas e males do mundo, pois as guerras e conflitos externos são os reflexos de um conflito semelhante que acontece dentro de nós.
Se tomarmos consciência da força vital neutra (a energia da serpente) e de sua fonte, nossa consciência dividida será "curada" ...- ou seja, unida ou "tornada plena" - e, no processo, perceberemos que somos todos imortais.
Esse é um dos significados por trás do elemento curativo do Graal.

Para muitos de nós, nosso profundo e primitivo medo de cobras é, de fato, uma memória subconsciente - uma lembrança - do nosso impressionante poder interior.
Mas também é um reflexo do medo que o ego tem da morte física, que podemos perceber como um buraco negro pronto a nos engolir.
Contudo, o "vazio negro" do "nada" e da "não -existência" é um mero reflexo do "vazio negro" de nosso próprio inconsciente, de nossa inconsciência da verdadeira Fonte, da "Luz" oculta da própria existência, que se encontra dentro de nós."

In "O GRAAL DA SERPENTE", Philip Gardiner com Gary Osborn

(Obrigada pela copia do texto e partilha Anna Geralda Vervloet Paim)

O DIA DA SERPENTE

Á Direita Andrea Herrera Atekokoli:
Um encontro com uma mulher extraordinária que nos trouxe a força e a magia da ligação da Mulher à Terra e à Deusa Mãe...Obrigada Isabel M. Angélica pelo teu empenho em a trazeres até nós...


No final do encontro um momento de graça e muita gratidão!
Obrigada Andreia pela Mulher plena em ti e o espelho que és para as outras mulheres no mundo!
rlp

 

quinta-feira, julho 16, 2015

quarta-feira, julho 15, 2015

ÉS O FOGO DA ESCRITA...



"És o Fogo da escrita; a Lenda da Vida. Estou no Cais esperando o retorno à Linguagem da minha Mátria. Trago-te memória adentro, como o mais belo ritual. Sobre ti depositei a Terra, como último gesto do meu Amor. Um amor de outras paragens. De Ti, só as mais belas manifestações podem nascer."
 
Blog: NãoSouEuéaOutra in «Cadernos de Afrodite»


 
 
A. F. 
(uma autora em construção...diria consagração...)
Foto de Mizé Jacinto

AS CIGARRAS E AS FORMIGAS...

“A linguagem transmite os pensamentos de quem fala, mas não podemos apreender o sentido subtil das palavras a menos que deixemos cair todas as ideias preconcebidas e escutar sem a interferência das nossas próprias opiniões, que impedem a compreensão.
Assim, o silêncio é muitas vezes o melhor meio de comunicação.
(...)
Em cada instante, cada pensamento e cada gesto modificam a trama invisível sobre a qual o destino tece a sua evolução, que, conscientemente ou não, nós preparamos para nós.”

In, La voie chamanique de l’abeille
Simon Buxton


 - Li este  livro muito curioso há uns bons meses - li-o em francês e retirei esta frase que traduzi para português...e coloquei-a aqui, o que costumo fazer com regularidade com tantos outros livros que leio e volto a abrir e a ler para buscar as frases sublinhadas quando elas vem a propósito...é uma coisa que faço há anos. Ler um bom livro e encontrar frases que expressam de facto o que eu sinto e muitos dos quais servem para escrever os meus textos desenvolvendo o tema para o qual eles me despertam...
 
Durante muito tempo não me apercebi como esses textos e citações circularam anonimamente sem uma referência à sua precedência nem o nome do autor por outros sites e blogues; sim, vejo que circulam hoje livremente na Internet como pássaros...mas não me esqueço de um pequeno pormenor que é de quem veio depois (de uma década de pioneirismo) não fez ou faz mais do que colher numa bicada, às vezes insolentemente, o que outros semearam e arduamente cavaram no chão da palavra...  
Inicialmente pensei que nada poderia fazer  e que se estava a fazer um trabalho de pesquisa sobre a Mulher e a Deusa e também sobre como as Portas se abrem ao sentir e ao entendimento do Ser aceitei essa invasão alheia, não só de leitores legítimos, mas de copiadores...o que com o tempo, verifiquei se tornou numa devassa...sim porque o que acabei por perceber é que os blogues deixaram de ser originais e autênticos para se tornarem cópias de outros, uma apropriação muitas vezes ilegítima e até muitas vezes  um bluff de pessoas que copiavam e faziam passar os textos e poemas por seus...
Nunca defendi muito a questão dos direitos de autor...mas é árduo ver que essas frases e traduções, às vezes de livros únicos ou mesmo esgotados e de difícil acesso, passam para outro palco sem as honras da casa...
Sem dúvida que me dá prazer ver todos esses livros lidos e muitos desconhecidos do grande publico - tenho um interesse e um gosto por certos livros que é bastante peculiar e leio a maioria deles em francês por não haver traduções em português - que  circularem como informação e a serem divulgadas quer em Blogues quer no Facebook etc. e isso é de facto positivo.  Mas não deixa de haver uma coisa que me choca...a falta de respeito pelos textos alheios muitos deles deturpados, enxertados e misturadas as citações com o que o autor escreveu e outros tantos plágios e copias de textos de leituras que publiquei e divulguei no meu Blog. Há direitos de autor sim. Não me preocupo tanto com o meu nome nem com o dinheiro que nunca ganhei por escrever, incluindo os meus livros...mas preocupa-me a fidelidade aos autores que divulgo e a fidelidade ao seu pensamento e custa-me que não haja um respeito pelo que é dos outros originalmente...
Uma coisa é divulgar e valorizar - outra coisa é servir-se da comida de mesa alheia sem pedir licença ou agradecer ao dono da casa...
Com tudo isto queria dizer-vos que FECHEI O ACESSO AO "COPIE E PAST" - mas se alguém estiver de facto e genuinamente interessada/o nos textos que publico que me escreva que enviarei por email...
 
rosa leonor pedro

terça-feira, julho 14, 2015

ASSIM É...

"Às vezes uma palavra, uma frase, um poema ou uma história soa tão bem, soa tão perfeito que faz com que nos lembremos, pelo
menos por um instante, da substância da qual somos feitas e do lugar que é o nosso verdadeiro lar."  Clarissa Pínkola Estés



Na falta de uma poesia, onde as palavras devem conter a magia,  envio-te uma
ilustração, onde a poética não tem nome, e nem os 
pássaros podem ser alcançados, se o teu olhar não contiver essa pureza.
Na falta de prosa, onde as palavras devem conter a Luz, nego-me 
a escrever, e envio-te as cores de uma  ilustrativa imagem do sentir sem que o teu 
olhar não teime em rasgar, porque só o olhar puro poderá expandir 
a aurora.
(...)
Ana F.
 

segunda-feira, julho 13, 2015

A sacralidade e o secreto estão sempre associadas ...

O amor é uma aventura solitária e singular.
O amor propõe uma intensidade de solidão. Uma solenidade de solidão.
Nunca nós seremos mais desnudados e mais iluminados do que por uma potência que nos ultrapassa
É no amor (e também no momento da morte) que um individuo se encontra mais
Próximo e que ele percebe ao mesmo tempo.
 

"Nos nossos dias, é difícil falar de erótica. De resto, é preciso falar dela? A erótica está profundamente ligada ao segredo do ser. Se existe qualquer coisa de verdadeiramente fundamental neste mundo, é a noção do segredo. O que me choca mais, actualmente, é a desocultação, este nivelamento do mistério, que permanece certamente, mas a beleza já não é mais reverenciada. Ora, “apenas aquele que sabe pode mostrar àquele que sabe”. Só aquele ou aquela que teve a experiênciado amor, pode entender e ser entendido por aquele ou aquela que teve essa experiência do amor, na sua carne, ou em sonhos, ou alhures noutros mundos, noutras vidas. Agora, menos do que nunca, não se deve admitir o compromisso, a transigência, a explicação.

Existe inversão, mais do que perversão. Hoje é preciso dançar para sentir o êxtase, enquanto que, na verdade, será por eu participar no divino que eu danço. Da mesma maneira, porque eu estou transfigurada pelo amor, eu posso fazer amor, estar em festa no acto amoroso, não é fazendo o amor que eu atinjo a iluminação.

(…) É preciso escrever um livro branco, no sentido em que não existe nada para nele escrever; o barulho das páginas folheadas nos daria o desejo de partir em demanda. Hoje o livro não é mais do que um produto. Obstrui-se a Criação, perturbando o espírito das pessoas. Mais do que nunca, convém calar, guardar segredo. É uma maneira de fazer resistência.

Jacqueline kelen
In o Louco de Shakti