O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, setembro 01, 2017

O SONHO



Medo de ser magoad@s…

“…Para protegerem as feridas emocionais, e por terem medo de ser magoados, os seres humanos criaram um sistema mental muito sofisticado: o... da negação. É através desse sistema de negação que nos tornamos uns perfeitos mentirosos. Mentimos tão bem que o fazemos connosco e até acreditamos nas nossas próprias mentiras. Não nos damos conta que estamos a mentir e, por vezes, mesmo quando sabemos que estamos a mentir, justificamos a mentira e desculpamo-nos para nos protegermos da dor das nossas feridas.
O sistema de negação é como uma parede de névoa diante dos nossos olhos, impedindo-nos de ver a verdade. Usamos máscaras sociais, porque nos é demasiado doloroso vermo-nos tal como somos ou permitir que os outros vejam o que realmente somos. E o sistema de negação permite-nos fingir que acreditamos que os outros acreditam naquilo que queremos que eles acreditem sobre nós. Erigimos estas barreiras de protecção para manter os outros à distância, mas acabamos por ficar encurralados e sem liberdade.
Os seres humanos defendem-se e protegem-se, e quando alguém diz “estás a enervar-me” não é exactamente verdade. A verdade é que estamos a tocar numa ferida mental que provoca dor e faz reagir. Se tiveres consciência de que todas as pessoas que te rodeiam têm feridas emocionais repletas de veneno, mais facilmente compreenderás o relacionamento dos seres humanos naquilo a que os Toletecas chamam o sonho do inferno. Do ponto de vista dos Toletacas, tudo aquilo que pensamos ser e tudo aquilo que sabemos sobre o nosso mundo é um sonho. Se procurares a descrição de inferno em qualquer religião, encontrarás a descrição da sociedade humana tal como a sonhamos.
O inferno é um local de sofrimento, medo, guerra e violência; é um local de julgamentos sem justiça; um local onde o castigo nunca acaba. São seres humanos contra seres humanos, numa selva de predadores; seres humanos repletos de julgamentos, de culpa, de recriminação e de veneno emocional – inveja, ira, ódio, tristeza, sofrimento. Criamos todos esses pequenos demónios na nossa mente, porque aprendemos a sonhar com o inferno na nossa própria vida.
Todos temos um sonho pessoal para o nosso eu, mas, mas os seres humanos que viveram antes de nós criaram um enorme sonho exterior que é o sonho da sociedade humana. O sonho exterior, ou sonho do Planeta, é o sonho colectivo de milhares de sonhadores. Esse enorme sonho inclui todas as normas da sociedade, as suas leis, religiões, diferentes culturas formas de ser. Toda essa informação armazenada na nossa mente é como mil vozes a falarem ao mesmo tempo. Os Toltecas chamam-lhe mitote.
O nosso eu verdadeiro é amor puro; nós somos a Vida. O nosso eu verdadeiro não têm nada que ver com o sonho, mas o mitote (o barulho?) não nos deixa ver-nos como realmente somos…”


Do Livro o Mestre de Don Miguel Ruiz

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