O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, maio 03, 2018

A POESIA



A poesia tem um preço muito alto...

... Depois da inspiração, às vezes, o vislumbre ainda que breve da Musa ou da Lira...raro é que se não caia .no nosso abismo, condição natural do ser humano que se busca sempre mais além ou a si mesmo!
Acho que não sendo nem nunca tendo sido uma "deslumbrada social" acabei tornando-me uma espécie de "deslumbrada de almas", fascinada pelos lampejos de eternidade que se deixam antever quando as almas se tocam e se desvelam...e como eu as exalto e as venero como deusas,quando elas apareceram no meu imaginário e nos meus sonhos e como  eu as vezes convulsivamente quase, fico cheia de inebriamento diante da sua beleza em que  tudo irradia e vibra, no sentir como tudo é transparente e claro. O cosmos responde, sim quando há essa sincronicidade entre as almas, não são precisas palavras...é o milagre do sentir e do ser...a união com a alma...

ah! Anima...minha, Tu és eu e eu sou tu, a mesma...

... Mas o sonho é sempre breve, a miragem e o Oásis desaparecem...acorda-se assim...sem nada que se recorde de repente...Nada de tangível e de preciso na nossa paisagem quotidiana...e morre-se um pouco todos os dias até que de novo o Milagre volta a acontecer e tudo se renova e a alma rejubila no êxtase...

Ah, que magia devia ser a nossa para que essa inspiração nunca desaparecesse...Mas poderiamoss nós suportar a tanta graça, tanto enlevo? Penso que não.

rlp

A poesia, ou é maldita ou é sempre perigosa...

“A poesia será uma forma de aproximação do Ser. E então quando a poesia não se distingue da mística? Quando os dois processos estão unidos? – Aí se dará a sua exultação.
(…)
Por isso, toda a experiência mística ou poética, é pânica. Ela traz em si mesma, como a visão e a participação, coexistência, do absoluto no efémero humano, uma tensão última, a custo suportável.

Por isso, a contemplação e fruição do absoluto que concede a mística e a poesia, é sempre perigosa para um frágil mortal. Ele é o que nesse preciso instante, nítido e imponderável, deve suportar no seu corpo e alma, a junção entre o ser e o cosmos.”

 In A FORÇA DO MUNDO de Dalila L. Pereira da Costa


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